Para preparar o prato típico da Páscoa o consumidor deve ficar atento as diferenças de preços existentes. Segundo o levantamento feito pelo Diário em cinco supermercados do Grande ABC, os valores do quilo do bacalhau podem variar até 34,09%, como é o caso do peixe da marca saithe.
O preço mais salgado é encontrado no Wal-Mart (R$ 19,98) e o mais barato no Carrefour, a R$ 14,90. O mais caro é o bacalhau do porto e seu preço pode oscilar até 14,01%. O melhor preço é oferecido pelo Hipermercado Extra, do Grupo Pão de Açúcar, a R$ 39,90.
Além do bacalhau, principal item do prato feito por muitos na sexta-feira Santa, os alimentos que acompanham a receita também apresentaram grandes diferenças. A exemplo do quilo da batata, onde os preços variam até 267,80%, de um supermercado para outro.
Outro produto que apresentou grande diferença foi o pimentão verde, chegando a 116,78% o quilo. O legume está mais em conta na Coop, por R$ 1,49, e mais caro no Wal-Mart, a R$ 3,23.
Queda - De acordo com o vice-presidente de comunicação da Apas (Associação Paulista de Supermercados) Martinho Paiva Moreira, o bacalhau este ano estará mais barato do que na Páscoa do ano passado. Isso porque a carne de peixe é importada e, portanto, sofre influência direta da desvalorização do dólar frente a moeda brasileira. A entidade acredita que o bacalhau está, em média, 5% mais barato em comparação com o mesmo período de 2007.
“Como praticamente 80% do nosso bacalhau vem da Noruega e o restante de Portugal, ao importarmos o peixe com o dólar em queda, a taxa cambial – responsável pela entrada do produto no País – cai, o que favorece os preços para os consumidores brasileiros”, explica Martinho. “As pessoas vão economizar mais este ano. Em 2007, por exemplo, o bacalhau do porto chegou a custar R$ 59 o quilo. Hoje está entre R$ 39 e R$ 45 o quilo.”
Quanto aos demais ingredientes, Moreira informa que os preços terão acréscimo até a última semana antes da Páscoa. “As variações serão substanciais por um principal motivo. Há um aumento significativo do consumo desses alimentos neste período, com o aumento da procura, a oferta cai e os preços sobem”, disse. Mesmo assim, Moreira acha cedo para arriscar o quanto ficaram mais caros.
O técnico agrícola da UCP–Craisa (Unidade de Conjuntura de preços da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Joel Diogo Guerra, é da mesma opinião. “Os hortifrutigranjeiros fatalmente vão subir, não por causa da safra, mas porque são consumidos em maior número nessa época, tanto no varejo quanto no atacado.”