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OEA chega a um concesso sobre envio de missão ao Equador
Da AFP
22/04/2005 | 21:08
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Os membros da OEA (Organização dos Estados Americanos) chegaram nesta sexta-feira a um consenso sobre o envio de uma missão ao Equador para investigar as circunstâncias da destituição do presidente Lucio Gutiérrez, informaram fontes diplomáticas.

Os embaixadores concordaram com o envio da missão após um encontro a portas fechadas de mais de duas horas. O texto deve ser aprovado formalmente pelo Conselho Permanente nas próximas horas.

Os membros da Aladi (Associação Latino-Americana de Integração), grupo que reúne os países sul-americanos, além de México, Panamá e Equador, apresentaram seus próprios projetos de resolução, que prevêem o envio de uma missão ao país andino.

A sessão urgente do Conselho foi suspensa por meia hora para tentar chegar a um consenso, explicou o presidente do Conselho, o peruano Alberto Barea.

Vários representantes alertaram sobre a necessidade de que a organização faça "um pronunciamento" 48 horas depois da mudança do Governo em Quito.

O chileno Estebán Tomic advertiu para o risco de que o Conselho continue "falando" e não tome decisões.

O Equador enviou uma missão de quatro pessoas à OEA para dar sua versão dos fatos. Em discurso ao Conselho Permanente, um de seus integrantes, Blasco Peñaherrera, disse ter viajado a Washington para "pedir" a "solidariedade" da OEA "com o povo equatoriano, com o presidente interino da República atual (Alfredo Palacio) e com seu Governo".

Também solicitou "o apoio, a ajuda da organização, em conformidade com o disposto pela Carta Democrática para que nos ajude na dura e complexa tarefa de restaurar e consolidar a instituição jurídica do nosso país".

Antes, entretanto, Peñaherrera criticou a própria instituição por não ter agido após a destituição da Corte Suprema pelo então presidente Lucio Gutiérrez, que classificou como um "assalto às instituições democráticas" e um "processo de destruição da legalidade democrática".

"A nova Corte foi formada para permitir o regresso de (ex-presidente exilado no Panamá) Abdalá Bucaram", frisou.

O representante da Venezuela, Jorge Valero, não vacilou em afirmar que o ocorrido no Equador representa "a crise de um modelo político, econômico e social excludente. O modelo neoliberal deve ser substituído por outro fundado na participação e no protagonismo do povo", defendeu.

Após a destituição de Gutiérrez na quarta-feira, a OEA convocou uma reunião urgente que teve de adiar cinco vezes, a pedido do Equador, que solicitou mais tempo para obter as informações que estavam sendo pedidas pelos embaixadores de Peru e Panamá.

Palacio, 66 anos, que na quarta-feira prestou juramento no Congresso como novo presidente equatoriano, assumiu o cargo ontem, formalmente, no Palácio de Carondelet e deu posse aos seus ministros.




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