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Obama anuncia plano para limitar bancos e financeiras
Da AFP
21/01/2010 | 09:50
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O presidente Barack Obama anunciou nesta quinta-feira um plano para limitar o tamanho dos grandes bancos e as atividades e os riscos que poderão assumir, numa tentativa de combater excessos. O objetivo, segundo Obama, é fazer com que nenhum banco use depósitos garantidos pelo governo para financiar operações especulativas ou de risco no mercado.

O plano da Casa Branca, apoiado pelo ex-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) Paul Volcker, impediria que bancos comerciais e instituições controlem e invistam em fundos de proteção (hedge) e firmas de private equity - e também limitaria as operações que fazem com suas contas de tesouraria.

"Embora o sistema financeiro esteja muito mais sólido, agora, do que há um ano, continua operando exatamente sob as mesmas regras que o levou à beira do colapso", disse Obama no discurso.

"Minha decisão de reformar o sistema se vê fortalecida quando vejo um retorno a velhas práticas e a algumas dessas empresas opor-se à reforma; e quando vejo lucro recorde de alguns alegando, no entanto, apesar disso, que não podem emprestar mais para pequenas empresas, além de não conseguirem manter baixos os juros do cartão de crédito", afirmou o presidente. "É este tipo de irresponsabilidade que torna clara a necessidade da reforma", acrescentou.

Wall Street reagiu ao pronunciamento, operando em baixa de 2%.

Obama apresentou seu plano ao lado do vice-presidente Joe Biden, na presença, além disso, de sua equipe de assessores econômicos e de dois parlamentares democratas encarregados de assuntos econômicos - o senador Christopher Dodd e o representante Barney Frank.

Nesta ofensiva contra os grandes bancos, o presidente os acusa de emperrar a economia americana com suas práticas de risco.

Obama já havia anunciado em 14 de janeiro um projeto de cobrança de uma taxa sobre os ativos de risco das grandes instituições financeiras, alegando que o imposto ajudaria a recuperar o custo do grande resgate ao setor iniciado em 2008.

"Estou determinado a recuperar cada centavo devido ao povo americano, e minha determinação fica ainda maior quando vejo informações sobre lucros enormes e bônus obscenos nas mesmas empresas que devem sua sobrevivência ao povo americano", que por sua vez continua sofrendo com a recessão, havia dito Obama, em intervenção transmitida ao vivo pela TV.

O presidente anunciou a taxação de 50 grandes bancos e instituições financeiras para recuperar os bilhões de dólares dos contribuintes canalizados para o resgate do setor. A taxa seria aplicada aos bancos e instituições com mais de 50 bilhões de dólares de ativos. São empresas essencialmente americanas, mas também há algumas filiais estrangeiras.

A proposta deverá ser incluída no projeto de orçamento federal para o exercício 2010-2011, que começa em outubro, devendo, ainda, obter o aval do Congresso americano. Os bancos já indicaram que farão de tudo para impedir a aprovação da medida.

"Esta taxa é uma tentativa prematura de recuperar o dinheiro dos contribuintes, quando a lei prevê que o setor financeiro ainda tem quatro anos para fazê-lo", escreveu em comunicado o Financial Services Roundtable, sindicato patronal do setor financeiro.

 

 

 

 




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