Enquanto os ministros da Economia da UE manifestavam há duas semanas a vontade de nao reduzir os impostos sobre o combustível, inclinando-se para outros tipos de medidas, França e Holanda tomaram decisoes por conta própria.

O governo de Paris decidiu nesta quarta reduzir o imposto interno sobre os produtos derivados do petróleo (TIPP) aplicados sobre o óleo diesel, se os preços subirem 10%.

Outros países como Bélgica preferiram contra-atacar os efeitos do aumento dos combustíveis, através de outras medidas, como a reduçao dos impostos sobre a circulaçao de automóveis, dos seguros, encargos sociais ou relacionados ao meio ambiente.

A decisao da Bélgica ``acata as normas da UE ao mesmo tempo em que nao sinaliza negativamente aos países produtores', explicou nesta quarta a ministra belga Isabelle Durant.

O ministro alemao de Transportes, Bernhard Klimmt, criticou a França por ``ignorar as decisoes' tomadas há duas semanas de nao reduzir os impostos, e defendeu a constituiçao de uma comissao para verificar as medidas tomadas por quatro países.

A Comissao Européia já pediu explicaçoes à França e à Holanda, mas também à Bélgica e à Itália.

Os ministros estudavam nesta tarde um projeto de harmonizaçao da política da UE sobre os combustíveis, no setor fiscal, tendo em vista as diferenças existentes entre os países (desde 50% em Portugal, Grécia e Luxemburgo, a até 75% no Reino Unido).

Também querem uma harmonizaçao do setor social, onde a competiçao é enorme, estimaram a ministra belga Isabelle Durant e o ministro luxemburguês, que defenderam medidas contra o dumping social. Por exemplo, os transportistas dos países do Leste cobram menos pelo frete.

Os ministros também reiteraram a necessidade de fomentar o transporte alternativo, de criar uma rede ferroviária transeuropéia, assim como incentivar a poupança de energia e o encaminhamento de novo pedido à Organizaçao dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para que aumente sua produçao, como já foi feito há duas semanas.

A França anunciou nesta quarta-feira que proporá no sábado, na reuniao do G7 de Praga, a realizaçao de um encontro informal com os Estados Unidos, os ministros de Finanças de alguns países produtores e os países membros da UE antes da reuniao de cúpula da OPEP em Caracas.