A CPI da Câmara Municipal que investiga a máfia dos fiscais pretende encaminhar à Secretaria de Segurança Pública pedido de proteçao feito por um dos depoentes deste sábado, Nelson Gomes, ex-funcionário da Administraçao Regional da Penha. Segundo o vereador José Eduardo Martins (PT), presidente da CPI, Gomes disse temer represálias por causa do teor de seu depoimento.

"No momento em que eu perguntei quem era a pessoa que permanecia por trás de Silvio Rocha, ele disse que tinha medo de falar porque teria medo de morrer. A seguir, eu perguntei se seria o ex-prefeito Paulo Salim Maluf e ele respondeu que sim", disse Cardozo. Rocha, ex-funcionário da Prefeitura, e que já prestou depoimento na CPI, foi apontado em depoimentos como funcionário "intocável" da Regional da Penha.

A ligaçao entre Rocha e Maluf seria decorrente de um suposto envolvimento entre a filha de Rocha e Maluf. Rocha afirmou, e depois voltou atrás, que Maluf seria o pai de sua neta, Priscila de 8 anos.

"Gomes ficou receoso de sofrer represálias e me pareceu justo, mas como ele nao recebeu ainda nenhuma ameaça concreta eu vou apenas formular e apresentar ao secretário de Segurança Pública o ocorrido para que as eventuais medidas acautelatórias sejam tomadas", disse Cardozo. Além de Maluf, Gomes citou o envolvimento do ex-coronel Ivan Marcio Gitahi - convocado para depor hoje - como receptor da propina obtida junto às bancas de jornais a quem apontou como "homem forte" do vereador Vicente Viscome. Gomes disse que entregava cerca de R$ 15 mil/mês para Gitahi, que repassava a Viscome. A CPI da Câmara Municipal que investiga a máfia dos fiscais deve ouvir ainda neste sábado mais oito depoimentos.