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Prisões no Haiti registram superpopulação, doenças e miséria
Da AFP
23/07/2007 | 19:27
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Sauver Princil, 22 anos, preso por uma briga de rua em agosto de 2005 e detido desde então sem haver comparecido nunca diante de um juiz, é um caso típico das prisões do Haiti, onde aglomeração e a pobreza aumentam dia a dia. O caso deste jovem ilustra a situação dos centros penitenciários deste país caribenho, repletos de detentos que esperam uma decisão da justiça, enquanto cresce sem parar o número de presos.

"Vivemos mal, não podemos dormir, tirem-me daqui", grita Destin Honoré, outro preso, enquanto o diretor passa por sua cela durante a ronda de inspeção. Honoré está há 32 meses na penitenciária de Porto Príncipe, uma antiga construção, na qual se acrescentaram novas edificações. Ele poderia estar livre após quatro meses de detenção, mas sua sentença nunca foi executada.

"Mais de uma centena de pessoas estão na mesma situação. Uma decisão judicial poderia libertá-las, mas a ordem para isso nunca chega", lamenta Murat Petit-Homme, responsável pela maior prisão haitiana.

Segundo as estatísticas do PNUD (Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas) no Haiti, em 1,7 mil metros quadrados desta prisão deveriam alojar-se 378 detentos, no lugar dos mais de três mil que se encontram atualmente.
 
"Estamos conscientes da situação, mas não podemos melhorá-la. Trabalhamos com os meios que o Estado coloca a nossa disposição", diz o diretor de administração penal nacional, Jean Roland Célestin.

Na prisão, depois da segunda refeição do dia, muitos desfrutam de uma recreação. Alguns conseguem um pouco de água para um banho semanal. Depois, são encarcerados em um grupo de 50 ou mais em quartos bastantes estreitos e cheios de insetos.

Devido à situação degradante das prisões no Haiti, a ONU e a Cruz Vermelha emitiram recomendações às autoridades haitianas. "Há urgência por todos os lados, precisa-se construir novas instalações", afirma um especialista canadense.



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