O Pentágono confirmou, nesta sexta-feira, a transferência do australiano detido na base naval de Guantánamo (Cuba) para seu país, ressaltando que o governo da Austrália assegurou que Mamdouh Habib não significa uma ameaça. "A decisão de transferir este preso foi tomada após intensas discussões entre os dois governos", frisou o Pentágono.

"Durante as discussões o governo da Austrália solicitou sua transferência e aceitou ficar encarregado do detento. Eles asseguraram ao governo dos Estados Unidos que não significará uma ameaça para os americanos ou seus aliados", informou o Pentágono acrescentando que há muita confiança no compromisso assumido pela Austrália neste acordo.

Habib, que nasceu no Egito, foi liberado pelas autoridades de seu país ao chegar em Sidney proveniente de Guantánamo, onde permaneceu detido desde maio de 2002 sob suspeita de ter atuado pela Al Qaeda no Afeganistão e de manipular informações sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

A libertação de Habib ocorreu poucos dias depois que quatro presos britânicos foram transferidos para a Inglaterra, onde também foram libertados. Depois dessas transferências, o número de detentos capturados durante a luta contra o terrorismo do governo dos Estados Unidos levados posteriormente para a base naval americana de Guantánamo é de 545. Os supostos terroristas permanecem detidos como combatentes ilegais sem a proteção da Convenção de Genebra. Em sua maioria foram capturados no Afeganistão e no Paquistão após a derrubada do regime talibã.