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Argentina pode pôr fim ao 'corralito' na próxima semana
Do Diário OnLine
04/05/2002 | 17:42
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O governo argentino prepara neste fim de semana uma série de decretos para facilitar a aprovação pelo Congresso Nacional de medidas que o Fundo Monetário Internacional (FMI) exige para liberar uma nova linha crédito ao país. O presidente Eduardo Duhalde pretende assinar até segunda-feira um decreto que determinaria o fim do ‘corralito’, como é chamado o semicongelamento de depósitos bancários.

Segundo o ministro do Interior, Jorge Matzikin, o governo deve decretar na próxima semana a troca obrigatória dos depósitos retidos pelo ‘corralito’ por bônus com prazo de 10 anos. A taxa de juros deste bônus seria a Libor de seis meses, mais um ponto percentual. O governo também ofereceria um bônus voluntário para contas correntes com um prazo de cinco anos.

Em janeiro, o governo congelou 40 bilhões de pesos (ou US$ 12,5 bilhões) em depósitos a prazo fixo e colocou restrições para a retirada dos 30 bilhões de pesos em contas correntes numa tentativa de tentar frear a fuga de capitais que colocou na corda bamba o sistema financeiro.

O fim do ‘corralito’ e a implementação de decreto que defina o polêmico Coeficiente Econômico de Referência (CER), índice que reajustaria dívidas hipotecárias abririam caminho para que o Congresso aprove a eliminação da lei de subversão econômica e a modificação da lei de falência de empresas, ambas medidas exigidas pelo FMI e emperradas no Parlamento há quase dois meses.

O governo vem tentando há cerca de um mês encontrar uma alternativa ao ‘corralito’, que diariamente provoca protestos de correntistas atingidos pelo confisco de depósitos. Pelo menos quatro suicídios foram registrados. O impasse em torno do decreto também foi responsável pela queda do ex-ministro da Economia Jorge Remes Lenicov.

Outro decreto que o governo estaria preparando é o que modificará o Coeficiente Econômico de Referência (CER), que passaria a servir para reajustar créditos hipotecários a partir de agosto, e ameaçava ser outro motivo para protestos populares, já que seria atrelado à inflação, enquanto que os salários estão congelados ou sendo reduzidos.




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