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Israel: acusações de espionagem visam prejudicar Bush
Da AFP
30/08/2004 | 18:55
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O governo de Israel voltou a negar categoricamente nesta segunda-feira as acusações de espionagem nos Estados Unidos, e considerou esse um assunto da política interna americana levantado para atacar o presidente George W. Bush.

De acordo com a imprensa americana, o funcionário do Pentágono, Larry Franklin, transmitiu a um diplomata israelense em Washington (capital americana), Naor Gilon, informação confidencial da Casa Branca sobre o Irã por meio do Aipac (American-Israel Public Committee Action), o lobby pró-israelense nos Estados Unidos.

Em entrevista concedida à edição on-line do jornal Maariv, Naor Gilon garantiu que nada tem a esclarecer: "não tenho nada a esconder e todas as minhas atividades estão dentro das normas e dos procedimentos diplomáticos".

"Este é um assunto que vai ‘morrer’ naturalmente", afirmou uma fonte do governo americano, acrescentando que isso não passa de um "complô" contra George W. Bush, às vésperas da Convenção Republicana. E ele prosseguiu: "isso serve para apresentar o presidente americano como prisioneiro e refém dos conselheiros judeus e neoconservadores que se movem nos círculos do poder em Washington".

De acordo com a revista americana Newsweek, citando um agente dos serviços secretos dos EUA, sem mencionar nomes, Franklin "odeia com todas as forças o Irã" e é conhecido como um dos falcões pró-israelenses do Pentágono.

"Israel compartilha informações com os Estados Unidos (...) e nunca fará nada contra seu melhor aliado", declarou o ministro israelense das Relações Exteriores, Sylvan Shalom, em entrevista à imprensa junto com o colega alemão, Joschka Fischer, em Jerusalém, capital de Israel.

Para o chefe da inteligência militar israelense, o general Aharon Zeevi, as acusações de espionagem não têm fundamento. "Posso dizer com toda autoridade que não estamos realizando nenhuma atividade de inteligência nos Estados Unidos", afirmou. E ele acrescentou: "no final, vamos ver que isso se trata de um assunto interno americano".

Por sua vez, o ministro das Relações com o Parlamento, Gideón Ezra, disse estar "convencido de que nenhum representante oficial israelense infringiu as rigorosas instruções impostas desde o caso Jonathan Pollard". "Segundo essas instruções, os representantes israelenses não devem em nenhum caso pedir nem aceitar a menor informação que seja dos Estados Unidos", explicou.

Jonathan Pollard, um analista judeu da Marinha americana, foi condenado à prisão perpétua em 1987 por ter fornecido a Israel, de maio de 1984 ao dia de sua prisão, em novembro de 1985, milhares de documentos altamente secretos sobre as atividades de espionagem dos Estados Unidos em países árabes.

Para muitos comentaristas israelenses, os principais alvos desse caso são, além do presidente Bush, o entorno do secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, e o do vice-presidente Dick Cheney.

A imprensa israelense considera que esse é um assunto "ridículo", embora potencialmente prejudicial às relações entre ambos países.




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