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Comédia vasculha o universo feminino
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
21/07/2003 | 18:37
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O universo feminino em desfile. A comédia musical Do Kitsch ao Sublime estréia nesta terça-feira no Teatro Crowne Plaza, em São Paulo. Escritos por Ithamar Lembo e Marcelo Saback, os textos interpretados por Thereza Piffer, Nellin Sampaio e Ana Baird descortinam uma gama de personagens femininos que vai da noviça à prostituta. Thereza e Marcelo Várzea assinam roteiro e direção da montagem. As atrizes se fazem acompanhar pelos músicos Márcio Guimarães e Marco de Vita.

“É um universo glamouroso, com coisas femininas no que elas têm de mais frívolo”, afirma Thereza. Sob um prisma crítico? “Não julgamos o que é kitsch ou sublime. São vários tipos de mulher, com toda a graça, o charme e a beleza femininos e, ao mesmo tempo, com muita cafonice. Por conta de um arranjo bem feito, uma música brega pode ser sublime.” É dessa massa aparentemente incoerente, portanto – e sem fazer juízo de valor –, que a peça extrai comicidade.

Há os tipos que se utilizam da sensualidade para obter fama e, conseqüentemente, prestígio na sociedade. Inexiste, porém, uma discussão sobre alpinismo social e o poderio da mídia. “Há uma música hilariante que fala sobre fazer sucesso em cima de outra mulher, mas não existe um peso ideológico. Do Kitsch ao Sublime é leve, é entretenimento”, diz Thereza.

As mulheres do espetáculo, que é dividido em quadros curtos, não se contentam em ser mais uma na multidão – elas almejam a glória. “Há uma freirinha que não quer ser noiva de Deus, quer ser a esposa. Há também a apresentadora que não deixa ninguém falar”, afirma Thereza. Entre os personagens – cerca de 30 –, estão uma estilista, a mulher dramática, aquela que espera o homem chegar, a que não hesita em derrubar outra para alcançar sucesso.

Concebidos por Thereza e pelo premiado Leopoldo Pacheco, os figurinos configuram um elemento importante. “Há uma roupa básica, com espartilhos, sobre a qual colocamos as outras, como se fôssemos três bonecas que são vestidas”, diz Thereza.

Os arranjos musicais, de Márcio Guimarães, são variados. “Há de música popular a tango. As canções vão do kitsch ao sublime. Há uma música do repertório da Vanusa que começa com um pianinho suave e de repente muda para uma breguice sem par. Essa é a cara do espetáculo, que transita pelos dois lados. De qual deles você gosta mais, já não é conosco”, afirma Thereza. Cada um com seus problemas.

Do Kitsch ao Sublime – Teatro. Textos de Ithamar Lembo e Marcelo Saback. Roteiro e direção de Marcelo Várzea e Thereza Piffer. Direção musical e arranjos de Márcio Guimarães. Com Ana Baird, Márcio Guimarães, Marco de Vita, Nellin Sampaio e Thereza Piffer. Terças e quartas, às 21h. No Teatro Crowne Plaza – r. Frei Caneca, 1.360, São Paulo. Tel.: 289-0985. Ingr.: R$ 20. Até 24 de setembro.




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