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Dinah e Bonome expõem diferenças na articulação

Vereadores de Santo André divergem sobre os perfis distintos

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
20/02/2012 | 07:26
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Na articulação entre Executivo e Legislativo, o precipício que separa os perfis políticos do ex-secretário de Gabinete de Santo André, Nilson Bonome (PMDB), e da vice-prefeita Dinah Zekcer (PTB), confronta posicionamentos no plenário da Câmara. A escolha pela petebista, elevada à condição de substituta do peemedebista na tarefa, pode incitar entraves com a administração Aidan Ravin (PTB), inclusive pelo fato de a vice ser presidente do diretório municipal do PTB.

O cenário indefinido com a mudança fica na dependência das circunstâncias políticas sempre inconstantes em ano eleitoral, o que, em caso desfavorável, tende a trazer desgaste ao governo. Diante dos estilos distintos, há grande diferença no tratamento de Bonome e Dinah com os parlamentares, principal ponto destoante. Enquanto ele abordava demandas junto ao Paço com tom incisivo para resolver a pendência, ela utiliza o expediente da conciliação, do diálogo mais aprofundado.

Dinah garante que não sentiu qualquer resistência na Casa, na qual atuou por 16 anos consecutivos como vereadora. "Alguns chegaram até falar para o Aidan que gostaram da troca", cita. Para ela, são maneiras de administrar os problemas. "Às vezes, numa oportunidade precisa ser mais forte e em outra, tom ameno. Não preciso espernear para tratar uma questão. Sei falar a coisa no lugar certo", disse ela, ao ponderar que "não tem absolutamente nada o que falar contra" o ex-secretário. "Nas reuniões com o secretariado ele sempre se reportou de maneira objetiva, cobrando eficiência."

Analisando a base como apática na intermediação de discussões, o vereador oposicionista Tiago Nogueira (PT) alega que Bonome conseguia transitar bem dos dois lados - sustentação e oposição - na conversa, sem ranço político. E considera que, com Dinah no posto, a situação, pelo menos por enquanto, se reverteu. "O ex-secretário fazia o diálogo até com o PT de forma descontraída. A vice, por sua vez, em alguns casos está travada, não se soltou."

Tiago considera que, com a mudança da "água para o vinho", Dinah "não foi ainda testada" na apreciação de projetos polêmicos na Câmara. "Não é questão de competência e sim a relação com os parlamentares. Até o momento, apenas cumpriu tabela." A vice está no posto desde o início de fevereiro. Na época de Bonome, o PT dificilmente votava contra os projetos do Executivo.

O vereador Gilberto do Primavera (PTB) assinala que, em termos de perfil, a diferença é total, só que a Casa tem a ganhar com experiência nova por trocar apenas o modo operacional. "Em função de governo, o Bonome possui dezenas de qualidades, alcançando consenso de forma fantástica, mas estamos bem servidos com a Dinah."

Parte da bancada tucana adiantou que a presença da dirigente petebista não foi bem digerida. Donizeti Pereira (PV), por sua vez, argumenta que vê uma similaridade importante nos dois: a sinceridade. "Mantêm a palavra."




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