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Natureza, folclore e religiosidade em Goiás
Christiano Carvalho
Do Diário do Grande ABC
15/05/2002 | 19:24
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Natureza exuberante, religiosidade, história e folclore convivem em harmonia em Pirenópolis, cidade situada no pé da Serra dos Pirineus, no Planalto Central, em Goiás, e cortada pelo rio das Almas. E maio é o melhor mês para conhecê-la. Primeiro, porque nesta época, de transição entre a estação das chuvas e de seca, o cerrado goiano cobre-se de flores. Além disso, o local está em plena ebulição por causa da Festa do Divino Espírito Santo, uma das maiores manifestações folclóricas da América do Sul, cujo ponto alto, o Domingo do Divino, que marca o início das Cavalhadas, acontece sempre 50 dias depois da Páscoa.

O Parque Estadual da Serra dos Pirineus, criado para preservar a flora e a fauna da região, é o melhor refúgio para os aventureiros ou para quem quer apenas admirar as paisagens. O nome da serra é uma referência aos Montes Pirineus, que separam a Espanha da França. Aqueles que tiverem disposição para se embrenhar por suas trilhas podem encontrar animais como macaco-prego, onça-pintada e tamanduá. Entre a vegetação, destacam-se as orquídeas, bromélias e palmeiras. A grande quantidade de cachoeiras (130), a maioria concentrada nos rios das Almas e Corumbá, chama a atenção. Muitas são de difícil acesso e outras não foram catalogadas.

A serra abriga três picos que repousam soberanos em meio à imensidão verde. O Pai, com 1.385 m, é o mais alto. Após percorrer uma trilha de 800 m chega-se ao topo, onde está uma capelinha. Os outros dois picos são o Filho e o Espírito Santo, nomes que revelam a importância dada à religião. Ao lado está o Morro Cabeludo.

As caminhadas geralmente são feitas com guias e partem do Centro de Informação ao Turista. No entanto, em razão dos muitos trechos íngremes, alguns preferem percorrer a área de bicicleta ou a cavalo. Dentro do parque há algumas fazendas particulares, como o Santuário de Vida Silvestre Vagafogo, aberto para visitação. O lugar tem infra-estrutura e cobra entrada. Uma trilha de 1,5 km leva até o rio Vagafogo, onde o turista pode se banhar. A área do santuário é repleta de jequitibás, angicos, paus d’óleo, sucupiras-roxas, ipês-amarelos e pés de pequi.

Para os adeptos de esporte radical, a opção é o rapel na Cachoeira da Onça. Mas antes é preciso enfrentar uma caminhada de 4 km pela mata. Ao longo de uma trilha de 1,5 km estão as Cachoeiras Bonsucesso, um conjunto de seis quedas liberadas para banho. Outra fazenda transformada em centro de visitas é a Reserva Ecológica Vargem Grande, conhecida como região do Lázaro, que também cobra ingresso. Lá as cachoeiras Caldeirão do Inferno e do Lázaro (ou do Inferno), as mais visitadas de Pirenópolis, dispõem de praia e piscina natural.

Cultura – Tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1989, Pirenópolis, que significa cidade dos Pirineus, nasceu de um pequeno arraial minerador do início do século 18. Sua rica cultura, com um dos maiores acervos folclóricos do Brasil, é evidenciada no artesanato vendido nas ruas, no Museu ao Ar Livre das Lavras de Ouro e nos museus das Cavalhadas e da Família Pompeu. Construída com taipa por escravos em 1728, a Matriz Nossa Senhora do Rosário é a igreja mais antiga do Estado.




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