Vox populi, vox dei. Se a voz do povo é a voz de Deus, então A Bruxa de Blair 2 – O Livro das Sombras dificilmente teria bênção melhor que a do público curioso para ver, em cinemas da região durante o fim de semana, a seqüência do filme que levantou poeira em 1999. Por onde passou há dois anos, A Bruxa de Blair cruzou com fãs e desafetos, muitos dos quais se dirigiram ao cinema graças ao marketing do diz-que-diz da época. 

E a continuação, que estreou no Grande ABC na semana passada? “Eu li que é completamente diferente do primeiro, por isso vim assistir”, declara Marina Marcelo, 14 anos, momentos antes de entrar na sessão numa sala em Santo André. Ao seu lado, a amiga Aline Cristina Neves, 15 anos, emenda: “Eu espero que, desta vez, eu entenda o filme, ao contrário do primeiro, feito de forma amadora e que me deixava zonza.” Para completar o trio de estudantes, Bruna Penteado de Lucca, 14 anos, afirma que “o original não tinha nenhuma história. Não dava para ver nada.” Isso significa então que o primeiro não agradou? Marina, Aline e Bruna, em uníssono: “Sim, não agradou!”. 

E lá foram as três para a sessão vespertina, programada poucas horas depois da saída do colégio, no caso delas a EE Doutor Américo Brasiliense, em Santo André. Próximo ao trio dinâmico, um outro grupo de sete adolescentes esperava para entrar no cinema. Mas Duelo de Titãs, primeiro filme de Denzel Washington desde Hurricane – O Furacão, era a escolha da moçada. Após confessar que não conteve o choro quando assistiu à primeira aventura da Bruxa, Anne Grecco, 17 anos, não escondeu o interesse em assistir a O Livro das Sombras. “Queria ver como é a continuação; mas hoje eu vou assistir Duelo de Titãs porque eu ganhei um cupom com desconto para o filme.”  

Antes e depois – Terminada a sessão, a satisfação era geral entre os espectadores de A Bruxa de Blair 2. Apesar de considerá-lo um “filme sem final”, Elaine Alves de Barros, 17 anos, preferiu o derivado ao original. “Este é mais empolgante, mais assustador.” O namorado, Paulo Melo Malta, 17 anos, discorda: “Eu imaginava que fosse um filme mais aterrorizante. Prefiro o primeiro, que realmente impressionou.” 

Encerrada também a saga cinematográfica de Marina, Bruna e Aline, as três estudantes que eram só reclamações com relação ao primeiro filme. “Muito melhor a continuação, que é um filme tradicional, em que dá para entender tudinho”, adianta Aline. “Era do jeito que eu queria, sem aquela podreira de filmagem e a confusão de imagens”, acrescenta Marina. E Bruna, a mais quietinha, endossa: “A Bruxa de Blair 2 é um filme de terror de verdade: nojento e que esclarece tintim por tintim os acontecimentos.”