A exemplo dos anos anteriores, as duas principais centrais sindicais do país — Força Sindical e Central Única dos Trabalhadores (CUT) — celebrarão o Dia Internacional do Trabalho de diferentes formas. Enquanto a força promove, a partir das 8h, um megashow com sorteio de apartamentos e carros, na Praça Campo de Bagatelle, em Santana, zona Norte de São Paulo, a CUT faz shows em várias partes da capital e do país e promete enfatizar discursos políticos e protestos contra a política sócio-econômica do governo.

A Força investiu no evento R$ 2,5 milhões, provenientes, segundo a entidade, da venda de cotas de patrocínio para empresas privadas e para sindicatos filiados. A central informou que nenhum artista cobrou cachê para se apresentar no show. O presidente da CUT, João Felício, critica a estratégia da Força. “Quem sorteia carros e apartamentos comprados com dinheiro de empresários aceita flexibilizar direitos. É a já conhecida história do toma-lá-dá-cá”, disse.

De acordo com o presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o evento não deixará de apresentar discussões políticas. “Vamos discutir emprego, crescimento econômico, salário, todas essas questões ligadas ao movimento sindical e aos trabalhadores”. A entidade espera reunir 1,5 milhão de pessoas, mesmo número do ano passado. Serão instalados 10 telões para que o público acompanhe as apresentações.

Entre os artistas mais conhecidos que se apresentarão estão Leonardo, Wanessa Camargo, KLB, Alexandre Pires, Chiclete com Banana, Harmonia do Samba, Twister, Titãs, Maurício Manieri, Bruno e Marrone e Ivete Sangalo, entre outros.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) colocará 70 funcionários para orientar o trânsito na região, e interditará a Avenida Santos Dummont nos dois sentidos.

Já os ‘atos-shows’ da CUT ocorrerão em 26 pontos de todo país. Dez serão na região metropolitana de São Paulo, sendo sete na capital e três na Grande São Paulo. O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, estará presente em Santo André, Itaquera e Campo Limpo. A entidade calcula que os gastos com as comemorações em São Paulo não passam de R$ 400 mil.

Segundo Felício, haverá protestos contra a falta de emprego e os salários baixos, além de atividades culturais. Ele afirma que o tema que terá maior destaque será a lei de flexibilização dos direitos trabalhistas, que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Na zona Norte, o ato acontece no bairro Vila Nova Cachoeirinha; na zona Leste, em Sapopemba, Itaquera e em São Miguel; na zona Sul, no Grajaú, Campo Limpo e cidade Ademar; na Grande São Paulo, em Santo André, Osasco e Guarulhos. Os shows começam às 8h e terão a participação, entre outros, de Leci Brandão, Ira, Art Popular, Supla, Ultraje a Rigor, Martinho da Vila e Soweto.