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FHC faz balanço do segundo mandato na TV
Do Diário do Grande ABC
11/04/1999 | 17:14
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O presidente Fernando Henrique Cardoso faz esta segunda-feira (12) um balanço dos primeiros quatro meses do seu segundo mandato. Gravado na manha do último sábado no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente e sua família, o pronunciamento à Naçao será divulgado por cadeia nacional de rádio e televisao.

Aliviado com a distensao das turbulências econômicas provocadas pela desvalorizaçao do real - com a recuperaçao da moeda nacional frente ao dólar e a recomposiçao da credibilidade do Brasil no mercado externo - e de malas prontas para mais uma rodada de viagens internacionais, Fernando Henrique levará a populaçao um recado otimista, frisando que continua urgente a conclusao do programa de ajuste fiscal.

"O presidente dirá que com unidade e integraçao entre o governo e o povo, consegue-se resultados positivos", disse o ministro das Comunicaçoes e articulador político do governo, Pimenta da Veiga. "Ele vai reforçar a tese de desenvolvimento com estabilidade economica", acrescentou o ministro, que preferiu nao adiantar os pontos que serao abordados pelo presidente durante o pronunciamento.

Fernando Henrique deverá comemorar, junto com a populaçao, a superaçao da fase mais aguda da crise - em que o dólar flutuou e subiu às alturas - e a reversao do ímpeto inflacionário. O presidente também fará um relato das açoes mais importantes desses primeiros 100 dias de governo e pedirá empenho na continuidade do programa de estabilidade fiscal. Fernando Henrique deverá agradecer ao Congresso Nacional pela aprovaçao das medidas de ajuste com a urgência ditada pela crise e frisará para a populaçao a necessidade de empenho contínuo para colocá-las em execuçao. Em seu pronunciamento, o presidente deverá manter o tom de suas intervençoes dos últimos dias, misturando pitadas de otimismo - do tipo o pior já passou - com cobranças de responsabilidade pelo avanço do país rumo à estabilidade. É certo, porém, que Fernando Henrique evitará tocar em temas polêmicos, como as comissoes parlamentares de inquérito (CPIs) - a do Judiciário e a do Sistema Financeiro - que estarao funcionando no Congresso a partir desta semana. A avaliaçao do governo, comentou Pimenta da Veiga, é que, embora tivesse sido melhor nao se ter instalado CPIs no Congresso, o governo nao pode parar por causa dessas investigaçoes. "O governo tem amplas explicaçoes para as questoes que venham a ser colocadas pela CPI", afirmou o ministro, referindo-se às investigaçoes do sistema financeiro, cuja CPI será instalada na quarta-feira. Roteiro - O ministro das Comunicaçoes vai acompanhar o presidente no seu roteiro de viagens internacionais, que começa pela Alemanha, onde estará a partir de quarta-feira. O ministro vai assinar acordos na área de telecomunicaçoes em Portugal. Suspensas no ano passado, quando os efeitos da crise financeira internacional comprometeram a estabilidade da economia brasileira, culminando na desvalorizaçao do real, as viagens internacionais do presidente serao retomadas neste ano com toda a força. A idéia é levar aos investidores estrangeiros uma mensagem positiva sobre o Brasil e mostrar que o país está conseguindo superar a crise econômica. Depois da Alemanha, Fernando Henrique segue para Portugal e Inglaterra, os três países europeus com os quais o Brasil mantém relaçoes diplomáticas, políticas e comerciais mais sólidas. Além do ministro, o presidente levará na bagagem informaçoes consistentes sobre a recuperaçao da economia brasileira, para reiterar que a situaçao está sob controle. Na agenda, sao cerca de dez dias de viagem, estao previstas reunioes e encontros informais com chefes de Estado, empresários investidores, lideranças e formadores de opiniao destes países. Fora da programaçao original, a Inglaterra foi incluída no roteiro por ser o principal centro financeiro mundial. Além de encontro com empresários e investidores britânicos, Fernando Henrique vai encontrar-se com o primeiro-ministro, Tony Blair. Na Alemanha, o presidente terá o seu primeiro encontro pessoal com o primeiro-ministro Gerhard Schröder. O principal tema das conversas será o avanço nas relaçoes entre o Mercosul e a Uniao Européia, interesse já manifestado tanto pelas autoridades governamentais alemas, quanto pelo empresariado do país. Em Portugal, o presidente também tem encontros agendados com empresários, mas a ênfase da visita será política, em especial discussoes sobre a evoluçao da social democracia e da criaçao de uma terceira via política. Na audiência ao presidente de Portugal, Jorge Sampaio e no jantar oferecido pelo primeiro-ministro português, Antonio Guterrez, o presidente conversará sobre as comemoraçoes dos 500 anos do descobrimento do Brasil pelos portugueses e terá, no domingo, uma programaçao privada e cultural, ao lado da primeira-dama Ruth Cardoso. O presidente retorna ao Brasil no próximo dia 21.




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