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Ministros de Defesa reforçam segurança do continente
Do Diário do Grande ABC
17/10/2000 | 13:26
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De ``Terra do Fogo' ao Canadá, a segurança do continente americano está no centro dos debates da IV Conferência Ministerial de Defesa que começa nesta terça-feira na capital do estado brasileiro do Amazonas, Manaus, na presença do secretário norte-americano William Cohen.

Apesar de nao fazer parte da agenda da reuniao que irá até quinta-feira, o Plano Colômbia de Luta contra o Narcotráfico e suas conseqüências imprevisíveis para a regiao serao os pontos principais das sessoes dos grupos de trabalhos bilaterais, em particular, para os ministros da própria Colômbia, dos Estados Unidos, Brasil, Equador, Peru, Panamá e Venezuela.

Apesar da sua implementaçao nao estar prevista até o final de dezembro, o Plano Colômbia de Andrés Pastrana, que conta com o apoio militar e financeiro de US$ 1,3 bilhao de Washington, já está causando efeitos nos países vizinhos.

Milhares de civis cruzaram a fronteira equatoriana, esperando que os conflitos entre as guerrilhas esquerdistas e os paramilitares de extrema direita diminuam. Nas fronteiras panamenha e venezuelana também foram registrados conflitos.

Cohen, em uma das declaraçoes realizadas a bordo do aviao que o levou para a reuniao ministerial, deixou claro que os Estados Unidos nao vao ditar uma resposta regional para a crise colombiana. Entretanto, ele assegurou que ``esta é uma oportunidade para que todos os países da regiao discutam qual é a melhor maneira resolver a situaçao na Colômbia'.

O presidente Fernando Henrique Cardoso estará encarregado de abrir às 9h (horário de Brasília ) esta conferência, da qual participam 27 ministros de Defesa e outras organizaçoes americanas.

O Brasil, que tenta exercer um papel de liderança na regiao, como já demonstrou na cúpula de presidentes sul-americanos em Brasília, nos dias 30 de agosto e primeiro de setembro, defenderá sua posiçao de nao interferir nos assuntos internos de outros países.

``Nao haverá declaraçao conjunta dos ministros' afirmou o ministro da Defesa brasileiro, Geraldo Quintao, quando chegou ao Hotel Tropical, sede da reuniao na selva amazônica. Ele insistiu que os países devem preservar sua ``capacidade de autodefesa'.

Prevista para acontecer inicialmente no Rio de Janeiro, a realizaçao da reuniao bianual em plena selva amazônica nao é mera casualidade. Fronteira com a Bolívia, Colômbia e Venezuela, a Amazônia brasileira, ``pulmao do mundo', começou a se preparar para controlar o crime organizado, em particular o narcotráfico, e ter um esquema de proteçao mais eficaz do meio ambiente, graças ao Sistema de Vigilância e de Proteçao da Amazônia que estará em pleno funcionamento a partir de 2002.

Enquanto isso, a Polícia Federal reforçou a vigilância de seus 1.600 km de fronteira com a Colômbia para prevenir o que todos os países gostariam de evitar: a transferência do plantio de drogas e do narcotráfico, assim como do conflito armado, que podem ser conseqüências do Plano Colômbia.

Esta é a quarta conferência de ministros da Defesa realizada nos últimos cinco anos. A primeira aconteceu na cidade norte-americana de Williamsburg em 1995; a segunda foi em San Carlos de Bariloche (Argentina) em 1996 e a terceira, em Cartagena de Indias (Colômbia), em 1998. Nestes encontros se insistiu no reforço da democracia, na melhora das relaçoes entre civis e militares e na busca da soluçao pacífica e negociada dos conflitos.




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