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FAO diz que AL tem oportunidade histórica para acabar com a fome
Da AFP
12/10/2007 | 15:32
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O representante regional da FAO (Organização para a Agricultura e a Alimentação), José Graziano, disse nesta sexta-feira que os países da América Latina estão tendo a oportunidade histórica de erradicar definitivamente a fome que castiga 52 milhões de seus habitantes, graças à sua abundante oferta de alimentos e a um momento econômico extremamente positivo.

“A região está vivendo um momento único e definitivo para priorizar o direito à alimentação”, destacou Graziano, em entrevista a correspondentes estrangeiros, pouco antes do Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro).

“A América Latina pode acabar agora com o problema da fome. Acreditamos que ela pode ser o primeiro continente livre da fome no mundo”, insistiu o funcionário.

De acordo com Graziano, que é brasileiro, há pelo menos três razões que fazem deste momento uma oportunidade histórica:

Todos os países da América Latina - exceto o Haiti - têm uma oferta de alimentos que supera suas necessidades. Em média, a região produz um terço a mais dos alimentos que consome. Além disso, a maioria das nações latino-americanas vem promovendo iniciativas para reduzir os níveis de desigualdade social.

A região enfrenta também um momento de bonança econômica não vista há várias décadas, que está reduzindo o índice desemprego.

Em 2007, a América Latina crescerá em média 5%, completando assim seis anos de expansão sustentada, o mais longo período de sucesso em 27 anos, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

“No entanto, apesar destes avanços, a garantia do direito à alimentação continua sendo uma meta para os países latino-americanos”, afirmou Graziano.

O principal desafio para a FAO é que todos os países da região adotem uma política de Estado que garanta alimentação a todos os seus cidadãos como um direito, paralelamente à meta de redução à metade do número de famintos até 2015. “Infelizmente estamos muito longe disso”, disse Graziano.

Somente quatro países da região têm leis nacionais que garantem este direito em suas constituições: Argentina, Brasil, Equador e Guatemala. Em outros três (Bolívia, Panamá e Peru) há decretos governamentais, enquanto que no México e na Nicarágua os projetos de lei estão em trâmite.

Na América Latina, todo dia 52,4 milhões de pessoas dormem e acordam com fome, o que significa que um em cada dez habitantes não pode satisfazer suas necessidades de alimento, segundo dados da FAO.

Além disso, cerca de 4,1 milhões de crianças da região estão abaixo do peso e mais de 9 milhões sofrem de desnutrição crônica ou retardo do crescimento.



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