Nacional Titulo
Delegado alega falta de condições para depor
19/11/2003 | 23:50
Compartilhar notícia


Para não depor à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pirataria da Câmara dos Deputados, o delegado José Augusto Bellini, da Polícia Federal (PF), alegou nesta quarta, na Assembléia Legislativa de São Paulo, falta de condições físicas e psicológicas. Bellini chegou à Assembléia Legislativa com três horas de atraso, de ambulância, e foi levado de cadeira de rodas até os deputados.

Ele está preso desde o dia 30, acusado de integrar a suposta quadrilha desbaratada pela Operação Anaconda. “Foi uma estratégia para não falar”, disse o presidente da CPI, Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP), que apura a ligação de Bellini com contrabandistas.

Um relatório médico apresentado pelo advogado do delegado da PF, José Waldir Martin, informa que Bellini sofre de “transtorno mental devido ao uso do álcool”, além de diabetes descompensada.

Martin disse ter aconselhado o delegado a não falar. “Vim com atestado para dispensá-lo, mas recebi um telefonema da custódia, e ele (Bellini) disse que viria”, afirmou o advogado, lembrando que o delegado estava numa clínica psiquiátrica desde o dia 22.

De shorts, camisa semi-aberta e o braço esquerdo apoiado numa tipóia – quebrou o úmero numa queda, antes de ir para a prisão –, Bellini falou pouco nos poucos minutos em que esteve diante dos deputados.

“Até contrariei as normas em consideração aos senhores. Não tenho a mínima condição. Me deu tontura, estou urinando na... Vim por questão de ética e respeito”, disse, com dificuldade, o delegado, cuja voz apareceria em várias gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal, falando sobre dinheiro na Suíça, fazendo ameaças e negociando com um dos principais alvos da CPI, o chinês naturalizado brasileiro Law Kin Chong, apontado pela polícia como um dos maiores contrabandistas do país.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;