O mandatário é acusado de ter recebido milhoes de dólares de subornos das maos de organizadores de jogos ilegais.

Os responsáveis pela ordem pública pediram aos militares que evitem participar na polêmica que pode provocar agitaçao no país em torno da culpabilidade ou da inocência de Estrada.

Se para muitos o fato de organizar este julgamento permitirá medir a maturidade da democracia filipina, há outros que se preocupam com suas conseqüências.

Nos dias anteriores à abertura do julgamento, o presidente Estrada foi saindo progressivamente do cenário público, limitando sua participaçao a apariçoes oficiais e a algumas visitas aos bairros carentes, para animar seus partidários.

Acusado de corrupçao, de favoritismo, de ter fraudado a confiança pública e de violaçao da Constituiçao, o chefe do Estado, ex-ator de filmes de segundo nível, decidiu apresentar-se como ``nao culpado'.

No que se refere ao `tribunal' que deve julgar o mandatário filipino (o Senado), trata-se de uma assembléia heterogênea composta por quatro atores de cinema, um ex-campeao de basquetebol, um oficial superior da Marinha aposentado, um ex-militar golpista anistiado, um médico e advogados.

Dos senadores, sete devem submeter-se por sua vez ao julgamento dos eleitores em maio do próximo ano, o que pode ter uma influência pronunciada na votaçao sobre a culpabilidade de Estrada, destacaram os analistas.

Quanto ao próprio julgamento, as testemunhas citadas levam a pensar que este será um espetáculo pelo menos interessante.

Um dos filhos do presidente, um assessor do chefe do Estado, um ex-chefe da polícia nacional e seu contador figuram entre os convocados.

Por outra parte, a promotoria já anunciou que a esposa de Estrada, Luísa Exército, e cinco das ex-amantes do mandatário, também terao de comparecer.