Esavam todos em uma sala sentados à espera do filme. De repente observaram na tela um trem se aproximando da estação. Muitos se impressionaram. Ficaram com medo de que a locomotiva saísse da tela e os atingisse; alguns até correram do local. É claro que nada aconteceu, mas ninguém sabia disso na ocasião.

Parece exagero as pessoas terem se assustado tanto. Mas toda novidade pode gerar desconfiança. Assim foi o início do cinema. O tal filme chama-se A Chegada do Trem na Estação, uma das primeiras exibições cinematográficas, realizada em 28 de dezembro de 1895 em Paris, na França.

Os responsáveis foram os irmãos Lumière, pioneiros em mostrar imagens em movimento. Para isso, Auguste e Louis desenvolveram máquina movida a manivela que fotografava e projetava as cenas em sequência e a certa velocidade. Em geral, as primeiras produções eram curtas, mudas (o filme com som foi criado em 1927) e retratavam situações do dia a dia.

SEM FUTURO? - Já naquela época o cinema se revelou mágico a ponto de mexer com a imaginação. O incrível é que os próprios irmãos Lumière acreditavam ser invenção sem futuro. Não previam, porém, que se transformaria em fenômeno popular em pouco tempo. Quem acreditou e investiu na ideia foi outro francês: George Méliès. O ilusionista tornou o cinema uma arte; criou os filmes de ficção, além dos efeitos especiais.

Independentemente da época, os espectadores sempre se identificaram com alguma história. Ficam encantados, choram, riem e se emocionam. Muitos ainda desejam ser o personagem da atriz ou ator favorito. E não é ruim, afinal, quem nunca quis viver várias aventuras como em um sonho?

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O ator britânico Asa Butterfield, 14 anos, interpreta Hugo. Iniciou a carreira aos 9 e ficou conhecido pelo papel no filme O Menino do Pijama Listrado, em que vive Bruno.

A atriz norte-americana Chloë Moretz, 15 anos, dá vida à Isabelle. A garota surpreendeu o diretor Martin Scorsese com seu sotaque britânico (a pronúncia é diferente). Fez vários filmes e séries de TV.

Para recriar Paris do início dos anos 1930, a equipe de arte de A Invenção de Hugo Cabret assistiu a cerca de 180 pequenos filmes de Méliès, além de obras dos irmãos Lumière e cinema mudo da década de 1920.

No estúdio Shepperton, em Londres, onde ocorreram as gravações do filme, a equipe construiu uma réplica do estúdio de vidro de George Méliès. Para isso, baseou-se em projetos da época e fotos da construção original.

No início do cinema, os filmes não tinham som. Para acompanhar a trama, pianistas tocavam música ao vivo nas salas durante as exibições.

Consultoria de Maximo Barro, professor da Pós-Graduação de Cinema da FAAP, e de Francisco Conte, professor de História do Cinema e mestre em Comunicação Semiótica da PUC-SP.