DIARIO - Seu mais novo trabalho no cinema, Tolerância, está participando da Mostra, um evento conhecido pelo público exigente. Como você acha que o filme será recebido?
MAITE PROENÇA - O filme tem potencial. Ele começa morno, mas é proposital. O público, nos primeiros minutos, irá pensar: "Acho que já vi essa história antes". Depois a trama esquenta. Há uma surpresa após a outra, há traiçao, sexo, assassinato. Deve agradar a platéia. Quanto às críticas, sinceramente, nao espero nada. Antigamente, até me preocupava com isso. Mas hoje, se a crítica é ruim, meu mundo nao cai. Se é boa, nao fico com o rei na barriga, me achando o máximo. Prefiro o público, que é um termômetro mais confiável.
DIARIO- Márcia, sua personagem em Tolerância, é um papel diferente do que você costuma fazer. Como foi essa experiência?
MAITE - Adorei fazer a Márcia, porque toda a trama do filme está nas maos dela. Ela é responsável por todos os acontecimentos. Além disso, ela tem valores fortíssimos, que se encaixam dentro de sua ética pessoal. É extremamente honesta, mas coloca a família acima da honestidade. E a coerência de suas convicçoes pode ser vista de forma clara no filme.
DIARIO - O filme, apesar das cenas quentes, nao banaliza o sexo. Como você acha que o cinema brasileiro está tratando o tema?
MAITE - O cinema nacional já foi ideológico, técnico, comercial. Nos anos 90, se tornou pudico, depois da fase das pornochanchadas e da descoberta da Aids. Acho que o Gerbase está sendo pioneiro neste aspecto. No filme, o sexo é mostrado como rotineiro. Assim como os personagens tomam banho, eles fazem amor. Além disso, a Márcia e o Júlio (Roberto Bontempo) mostram que mesmo casados há muito tempo, ainda gostam de se relacionar. É um casal bom de cama. Mas isso é secundário, a trama é o principal.
DIARIO - Atualmente, quais sao seus outros projetos?
MAITE - Estou com a peça Isabel, em Brasília, e acabei de filmar Bufo & Spallanzani, de Flávio Tambellini, que deve estrear ano que vem. Mas para a TV ainda nao tenho nada em vista.
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