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Validação do veículo leva em conta todos detalhes
Percy Faro
Do Do Diário do Grande ABC
24/04/2001 | 17:50
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A validação de um veículo significa, na linguagem da engenharia automotiva, aprová-lo sob todos os pontos de vista. Trata-se de um processo demorado em razão da riqueza de detalhes que são levados em conta pelos responsáveis das diversas áreas envolvidas no desenvolvimento do veículo, desde o início propriamente dito do projeto até os últimos testes a que são submetidos os protótipos da chamada “corrida-piloto” – a etapa final que antecede o lançamento do novo produto ao consumidor.

Uma linha de veículo já existente no mercado, entretanto, também pode passar por uma segunda validação – é o caso, por exemplo, de um modelo equipado com motorização 1.0 que ganha nova versão e recebe um motor mais potente, ou vice-versa, exigindo que alguns componentes tenham suas especificações técnicas alteradas. Tanto na primeira como na segunda situação, a validação obrigatoriamente passa por diversas fases.

O engenheiro mecânico Silvio Figueiredo, da Sociedade dos Engenheiros Automotivos (SAE) e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), explica que a validação de um veículo gira basicamente em torno de duas esferas. A primeira envolve a legislação brasileira com regulamentação determinada pelo governo que, por meio de diversos órgãos públicos, como o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), estabelece e fiscaliza itens como equipamentos obrigatórios, limites de emissões de poluentes dos motores, transparência dos vidros e testes de impactos, entre outros. A segunda esfera está mais intimamente ligada às montadoras – que, ao projetar, desenvolver e lançar um veículo, realizam uma bateria de diferentes tipos de testes, cada uma recorrendo às suas próprias metodologias, processos e recursos, porém com um propósito comum: garantir a confiabilidade do produto perante os consumidores e, conseqüentemente, o seu sucesso mercadológico.

“Atualmente existem no mundo três grandes geradores de padrões utilizados para a validação de veículos: Estados Unidos, Europa e Japão. As legislações dos demais países baseiam-se e sofrem influência das leis desses países. Alguns tendem a seguir mais as normas norte-americanas, outros as européias ou as japonesas”, explica Figueiredo.

Só para se ter uma idéia, na questão de emissões, a legislação brasileira estabelece o padrão norte-americano para veículos leves e o padrão europeu para os veículos pesados. Mas aqui deve ser aberto um parêntese: a atual legislação brasileira está fundamentada nas exigências de dez anos atrás do padrão norte-americano; já no caso das normas do padrão europeu a defasagem é de apenas três a quatro anos. Acontece praticamente a mesma coisa em relação às normas e exigências sobre segurança veicular. Daí a importância e o peso extra dos trabalhos desenvolvidos individualmente pelas montadoras, na medida em que acabam sendo realizados aqui muitos testes não exigidos pela lei.




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