D+ Titulo Techno
Gênios da informática
Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
19/02/2012 | 07:00
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Entender de tecnologia é para os fracos. Bom mesmo é quem vai além, desvenda códigos e cria programas e aplicativos. Rafael Costa, 13 anos, de Brasília, nem terminou o Ensino Fundamental e desenvolveu nove apps (aplicativos) para a Apple.

No início, não foi fácil convencer a empresa de que sua ideia daria certo. O primeiro app, o Sweet Twitter (permite inserir informações com mais rapidez na rede social) -, foi rejeitado sete vezes, mas Rafael não desistiu. "O processo de seleção é muito rigoroso e havia falha na memória do aplicativo." Problema superado. Hoje são feitos mais de 5 mil downloads por mês das criações dele.

Como é menor de idade, o pai assumiu a responsabilidade. "Ele cuida da empresa, mas eu sou o desenvolvedor." A maioria dos aplicativos é grátis. Entre os pagos, Rafael recebe 70% do valor, além de 60% da verba da publicidade de cada um. O menino garante que o trabalho não o atrapalha na escola. "Não sou nerd, mas presto atenção na aula e não preciso me matar antes da prova, então sobra tempo." O garoto fica das 13h às 21h mexendo nos aparelhos.

O COMEÇO

O interesse por tecnologia começou aos 9 anos, quando o computador foi infectado por um vírus. "Fiquei com medo e curioso para entender como aquilo funcionava." Quando aprendeu, desenvolveu o vírus do tipo Cavalo de Tróia para brincar com a mãe. Foi quando percebeu que tinha duas escolhas: ser hacker ou programador. Escolheu a segunda opção.

A partir de então, passou a assistir a tutoriais no YouTube. Como só isso não era suficiente colocou a mão na massa. Estudava códigos e sabia que devia existir lógica para cada um. Fez até aulas de inglês para entender melhor. Agora, só pensa nos próximos desafios: quer aprender a mexer com multiplataforma de Android (Google) e iPhone (Apple) para criar jogos.

 

Pedro também manda bem

Pedro Franceschi, 15 anos, do Rio de Janeiro, começou a chamar a atenção há três anos ao criar o primeiro aplicativo para desbloquear o iPod touch. "Dava para fazer poucas coisas com ele bloqueado." Para conseguir, o garoto trabalhou por uma semana.

Neste ano, Pedro já conseguiu fazer a Siri - recurso do novo iPhone 4S - entender português. A assistente virtual do aparelho agenda compromissos, envia e-mails e mensagens por comando de voz. Só que, na versão original, é preciso saber inglês.

O garoto se interessou por tecnologia aos 8 anos, mexendo no computador do pai. Ao pesquisar em livros e artigos on-line aprendeu programação. Hoje, trabalha em uma empresa de aplicativos para celular, está no 2º ano do Ensino Médio e pretende cursar Engenharia ou Ciência da Computação. E os planos não param, mas ele diz que é segredo.

 

Seguindo o exemplo dos mestres

Assim como Rafael e Pedro, grandes nomes da informática tiveram destaque desde muito jovens. Aos 14 anos, Steve Jobs, fundador da Apple, recebeu proposta para trabalhar na HP (empresa de tecnologia). Bill Gates, cofundador da Microsoft, desenvolveu softwares para máquinas de jogos eletrônicos aos 16. Com 17, junto com Paul Allen, criou um software para leitura de fitas magnéticas.

Hoje, jovens de todo planeta continuam criando cada vez mais tecnologia. O chileno Sebastian Klocker, 14 anos, fez um sensor para terremotos que envia sinal de ameaça por meio do Twitter a quem estiver seguindo o perfil @alarmacismos. Já o norueguês Cim Stordal, 15, encontrou problemas nas páginas da Apple, Facebook, Google e Microsoft. Após os erros serem corrigidos, o garoto recebeu menções e gratificações das empresas, teve o nome incluído no Google Security Hall of Fame (homenageia quem contribui para a segurança virtual), além de receber cartão de crédito do Facebook com US$ 500.

As mulheres também mandam bem. A hacker Lisbeth Salander é o destaque do filme Millenium - Os Homens que não Amavam as Mulheres, que concorre ao Oscar.




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