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Indústria de tintas revisa para baixo ritmo de crescimento
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
26/08/2011 | 07:30
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O desaquecimento da economia brasileira, neste ano, gerou cenário menos favorável para a indústria de tintas, que foi obrigada a rever para baixo suas projeções de crescimento. A expectativa inicial da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas era de que o setor tivesse expansão de 6%, em volume de vendas, mas com as medidas do governo federal para conter o consumo e as incertezas no mercado internacional, a estimativa da entidade agora é de alta de apenas 1,3% frente a 2010.

Isso significará que o mercado nacional passará de 1,355 bilhão de litros no ano passado para 1,377 bilhão. O faturamento (em dólares) deve crescer um pouco mais, por dois fatores: o aumento dos custos das matérias-primas, que foram repassados nos preços e a desvalorização da moeda norte-americana. Nesse caso, a expectativa é que a receita no setor supere US$ 4 bilhões (a estimativa ainda não foi calculada pela entidade), frente aos US$ 3,9 bilhões em 2010.

REFLEXOS - A fabricação de tintas acompanha o ritmo da construção civil, da área automotiva e de outras indústrias. E com o encarecimento do crédito e o dólar mais fraco em relação ao real, fabricantes de diversos segmentos desaceleraram a produção, por causa da maior restrição ao financiamento e também devido à invasão de produtos importados - que já vêm prontos do Exterior. Com isso, diminuiu a demanda por pintura.

Dentro do segmento, a área que mais sofreu os reflexos do ritmo menor da economia foi a de tintas imobiliárias (pintura das casas), que havia registrado crescimento expressivo (de 10%) em 2010 frente a 2009. Para este ano, a previsão inicial das fabricante era de incremento de 7%. Agora a aposta das companhias é de aumento de 1% (em volume de vendas).

O presidente executivo da Abrafati, Dilson Ferreira, cita que, diante de incertezas da economia, consumidores adiam reformas de suas casas e os distribuidores (as lojas) estão reduzindo as encomendas às fabricantes e acumulando estoques.

Por sua vez, no ramo de pintura automotiva, o ritmo projetado inicialmente (4%) deverá ser alcançado. Para Oliveira, apesar da alta dos juros, que também tem desacelerado as vendas de veículos, o setor automotivo ainda deverá fechar 2011 com bom desempenho em relação ao ano passado.

Apesar do ritmo menor do que o previsto, o presidente do conselho diretivo da Abrafati, Antonio Carlos de Oliveira, ressalta que a expansão tem de ser festejada. "Pode parecer pouco, mas não é, se pensarmos o que acontecia até 2007 (quando o patamar de vendas era bem menor). Sustentar o volume do ano passado já é um grande feito, já que o consumo está mais estrangulado", afirma.

PARA 2012 - Enquanto as projeções do segmento para 2011 são modestas, há otimismo em relação à atividade em 2012. Ferreira aposta em bons resultados do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida 2, do governo federal. E os distribuidores terão de repor seus estoques para abastecer suas lojas.

Oliveira cita que há outros fatores positivos, como os investimentos em infraestrutura por parte do governo, a demanda do setor petrolífero e a demanda reprimida por bens de consumo ainda existente nas classes C, D e E.




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