A Bandeirantes Indústria Gráfica, de São Bernardo, teve no ano passado um faturamento de R$ 60 milhões, 30% superior aos R$ 46 milhões de 1999. Segundo o proprietário, Mário Sérgio de Camargo, que é também presidente da regional da Abigraf em São Paulo desde 1995, o bom desempenho pode ser explicado pelo reaquecimento da economia como um todo no fim de 2000. “O ano de 1999, porém, não é um parâmetro muito positivo de comparação. Para nós a meta é repetir o desempenho de 1997, que foi o melhor dos cinco últimos anos”, ressaltou. A Bandeirantes existe desde 1953 e tem hoje uma produção mensal de 500 toneladas de impressos (manuais e revistas) e de 1 milhão de CD-ROMs (promocionais e empresariais) que acompanham as publicações.
A conquista de novos clientes, especialmente os de grande porte, foi a responsável por um desempenho de 30% a 40% superior em 2000 para a gráfica Arte & Cia, especializada em programação visual, com sede em Santo André. Segundo o proprietário, Dorival Moreira Gonçalves, a carteira de clientes aumentou de 40 em 1999 para 55 no ano passado. “Passamos a atender à Firestone no ano passado, e fizemos cerca de 5 mil cartões de visitas.”
Na gráfica Probus, de São Bernardo, o aumento no faturamento e produção de 2000 foi de 10%, na comparação com 1999. Na opinião do gerente de marketing, César Cinato, o índice poderia ter sido melhor. “Conseguimos manter a previsão feita inicialmente, tivemos grande sobrecarga de trabalho, porém notamos que as pessoas compraram de forma comedida no fim do ano”, afirmou. Conhecida por seus convites de casamentos, a Probus atua um pouco no segmento de gráfica promocional (impressões), mas tem seu foco de negócio na confecção de uma linha própria de produtos: são ao todo 3 mil itens, entre papel de presente, cartões, envelopes, pastas etc.
Para a Grande ABC Editora Gráfica, com sede em São Bernardo, que atua no segmento editorial e promocional (tablóides, revistas e catálogos), o ano também fechou de forma positiva, com alta de 10% na produção e faturamento, de acordo com o diretor industrial, Emerson Puga. Segundo ele, o desempenho deve-se ao reaquecimento da economia como um todo, depois de um 1999 afetado pela desvalorização da moeda. Para 2001, a expectativa é positiva. “Nós estamos otimistas para este ano, o Brasil está se encaixando na globalização, muitas empresas estão vindo para cá e isso estimula o crescimento do setor.”
Já a Gráfica Logus, de Santo André, especializada no segmento promocional, também comemora um faturamento 30% superior ao de 1999, segundo o diretor comercial e industrial da empresa, Ailton José de Lima. O bom desempenho animou a empresa a investir no fim do ano passado cerca de R$ 250 mil na ampliação de seu parque gráfico. “Iniciamos o ano com produção média de 11 toneladas/mês e encerramos em 14,5 toneladas/mês.”
Pelo balanço inicial da Abigraf, o déficit da balança comercial do setor diminuiu em 31,1% em relação a 1999, passando de US$ 148,7 milhões para US$ 102,4 milhões. O volume exportado (os impressos de clientes estrangeiros feitos no Brasil) cresceu 25%, indo de US$ 125,6 milhões em 1999 para US$ 155,6 milhões no ano passado. As importações (impressos de clientes brasileiros feitos em gráficas de outros países) caíram 6%, de US$ 274,3 milhões para US$ 258 milhões. Segundo a entidade, este cenário vem ocorrendo desde 1998.
Para o presidente da entidade, Max Schrappe, a elevação das exportações é atribuída à qualidade do produto gráfico nacional e ao bom nível da educação técnico-profissional, responsável por recursos humanos qualificados. “Temos a Escola Senai Theobaldo De Nigris, na Mooca, em São Paulo, que é o mais avançado centro de formação profissional em artes gráficas na América Latina”, afirmou. Segundo ele, nesta escola funciona a primeira Faculdade de Tecnologia Gráfica instalada no Brasil e a Print Media Academy, que possui equipamentos de última geração, com apenas seis unidades similares em todo mundo.
Segundo a Abigraf, em 2000 o setor recebeu mais recursos para tecnologia: foram destinados US$ 490 milhões, 6,8% a mais que os US$ 458,8 milhões investidos em 1999. Segundo a entidade, durante a década de 90 o setor recebeu um volume de US$ 6,2 bilhões em investimentos que, na opinião de Schrappe, coloca o setor gráfico em pé de igualdade com os países mais desenvolvidos do mundo.
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