Apesar de membros da cúpula da equipe econômica do governo negarem que há uma ‘lógica cartesiana’ ou ‘número mágico’ para a cotação do dólar, as três ações integradas do Banco Central nesta quarta-feira levantaram no mercado a suspeita de que há uma intenção clara de controlar a flutuação da moeda americana.
A primeira ação ocorreu pela manhã, com a venda de R$ 1 bilhão em títulos cambais com vencimento em 14 de agosto de 2003. A intenção de oferecer uma alternativa de “hedge” (proteção) aos investidores, porém, não deu certo e o BC teve de entrar mais duas vezes durante a tarde.
Na primeira ação, logo no começo da tarde, o BC vendeu cerca de US$ 400 milhões em dinheiro vivo para seus ‘dealers’ (banco credenciados a operarem em dólar oficialmente em nome do BC). Como a cotação parecia resistir, novo golpe perto do fechamento do pregão: mais US$ 3 bilhões em títulos cambiais.
Além de ter de abrir mão de R$ 4 bilhões em títulos, a operação foi realizada em juros altos para o governo. Foram R$ 1 bilhão com juro médio de 10,55% ao ano (máximo de 10,69%). No leilão da tarde (mais R$ 3 bilhões em Notas do Banco Central - Série Especial, NBC-E), os juros médios ficaram 10,74% ao ano (médio) e máximo de 11,49%.
Mais uma ação mexeu com o mercado do mundo inteiro nesta quarta-feira, o anúncio da queda de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do Banco Central americano (O Federal Reserve, FED). A queda de 0,25 ponto (para 3,75%) é positivo para que o presidente do BC brasileiro, Armínio Fraga, utilize o viés (tendência) de baixa da Selic, atxa de juros do Brasil.
Bolsas - A bolsa de valores de São Paulo fechou o pregão desta quarta-feira em baixa de 1,05% (14.308 pontos), com 39,81 milhões de títulos negociados e uma movimentação financeira de R$ 485,7 milhões.
No exterior, a bolsa eletrônica Nasdaq fechou o pregão desta quarta-feira em alta de 0,49% (10,15 pontos), totalizando 2.074,77 pontos. Nos papéis da chamada economia tradicional, o índice Dow Jones fechou em queda de 0,36% (37,30 pontos), totalizando.10.435,18 pontos.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.