D+ Titulo Papo sério
Gordinhas em alta!
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
19/02/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


O mais comum olhar no espelho e não gostar do que vê, do que ignorar os padrões de beleza e assumir as gordurinhas (com saúde, claro). Mas o jogo está virando. Cada vez mais, celebridades - como Demi Lovato, Adele e Christina Aguilera - têm se mostrado contra a ditadura da magreza.

No começo é difícil se aceitar, mas basta aprender a se valorizar. A dica é de Barbra Monteiro, 37 anos, eleita Miss Brasil Plus Size, com 1,65cm e 80 kg. Para ela, o concurso contribuiu para a quebra de tabus. "Cada pessoa tem seu jeito e charme", diz a modelo, que cuida da alimentação e faz dança do ventre e academia.

Na adolescência, aprendeu a lidar com as piadas. Quando começou a modelar, aos 13, tinha corpo curvilíneo. Isso incomodava a agência que pedia para ela emagrecer. "Me espelhava na Luiza Brunet. Queria ser algo que não estava nos meus padrões. Quando percebi, passei a me aceitar", afirma.

Exemplos de rejeição são comuns na moda. Neste mês, a modelo holandesa Ananda Marchildon, 25, foi demitida. A justificativa foi a aquisição de 2cm no quadril a mais do que o permitido. Ser muito magra também não garante vaga. Em 2006, a modelo Karine Graff, foi barrada na Espanha e Itália, países que não aceitam profissionais com IMC baixo. O saudável é ter entre 18,5 a 25 (para saber o seu, acesse www.calculoimc.com.br).

Para Maria Regina de Azevedo, psicóloga e professora do departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC, a mídia tem ajudado a resgatar o padrão de qualidade saudável. "É fundamental ter equilíbrio. Nada em excesso faz bem, nem a magreza nem a obesidade."

 

MUSA DO CARNAVAL

Quem acha que para estar no sambódromo precisa ser magro, está enganado. Vania Flor, 26, provou que basta ter samba no pé. Com 1,70cm e 104kg, foi eleita a musa da Acadêmicos do Salgueiro (que desfila amanhã). Vai ser a realização de um sonho. "Ficou provado que as gordinhas podem desfilar", diz.

Vania conta que não teve nenhum cuidado especial para encarar a avenida. "Como de tudo, mas evito alimentos pesados e beber bastante líquido horas antes", diz. A auxiliar fez check-up e a saúde está ótima. "Tem de se cuidar."

 

Padrões mudam sempre

Estética e padrão de beleza existem desde a Pré-História e se transformam com o tempo. Da Idade Média até o século 19, faziam sucesso as gordinhas (para homens era sinônimo de fertilidade). No século 20, entre 1930 e 1950, o corpo curvilínio estava em alta por causa das atrizes de Hollywood, como Marilyn Monroe. Já em 1960, a modelo Twiggy chamou a atenção por sua magreza natural.

Em 1970, as curvas voltaram a agradar, principalmente, por causa dos biquínis menores. Em 1980, por causa do boom das academias, o corpo ficou definido. Em 1990, veio a ditadura das tops models magérrimas que durou até início dos anos 2000, o que despertou a neura em muitas profissionais que chegaram a morrer por distúrbios alimentares (como a brasileira Ana Carolina Reston).

Por questões de saúde, as agências ficaram mais rigorosas. Isso não quer dizer que as magérrimas vão deixar de existir. Com os homens a cobrança de estética sempre foi menor comparada às mulheres. Talvez, porque antigamente havia mais marcas femininas. Atualmente a situação mudou, mas mesmo assim não rola tanta pressão. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;