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PV confirma nome de
Clóvis Volpi para o Daee
Do Diário do Grande ABC
12/02/2011 | 07:37
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O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), continua sendo o único nome da direção estadual do partido para assumir nos próximos dias a superintendência da autarquia estadual Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Para isso, irá renunciar do comando do Paço.

Ontem, o presidente estadual da legenda, Mauricio Brusadin, reafirmou que Volpi foi referendado pelos deputados estaduais, federais, direção nacional, além da estadual. "Indicar o Volpi para a superintendência do Daee demonstra a importância dele para o partido. O perfil dele é perfeito para a função. O PV precisa escolher os melhores quadros para os cargos no Executivo e o prefeito de Ribeirão Pires representa muito bem isso".

Na quinta-feira, o nome do prefeito foi levado ao secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos - Pasta onde está o Daee -, Edson Giriboni (PV), que também foi indicado pelo partido para ocupar a cota da legenda na administração de Geraldo Aclkmin (PSDB).

O governador vê com bons olhos o nome de Volpi para a autarquia, por conta de sua experiência administrativa. Dessa forma, a indicação do PV não agrada apenas a legenda como também a cúpula do tucanato no Palácio dos Bandeirantes.

O anúncio oficial só deve ocorrer após Giriboni voltar de viagem do Japão, na próxima semana.

 

REGIÃO CONTEMPLADA

A renúncia de Volpi do Paço de Ribeirão Pires é vista no meio político como benéfica para a região, já que, no governo do Estado, o político do PV poderá executar ações para os municípios do Grande ABC, como políticas públicas antienchente.

A ida do prefeito para o Daee já vinha sendo comentada no meio político do Grande ABC. Prefeitos alinhados ao governador chegaram a procurar o tucano para chancelar o nome de Volpi. O entendimento é que, com esse gesto, Alckmin contemplaria o Grande ABC, que teve papel importante em sua vitória na eleição de outubro. Até então, nenhum nome da região, além do prefeito, era ventilado para um posto no governo estadual.

A mudança abre caminho para a candidatura de Volpi para a Prefeitura de Mauá, em 2012, seu desejo antigo. E, assim, pode eliminar entrave jurídico que o impediria de disputar a sucessão de Oswaldo Dias (PT), por conta de a legislação não permitir terceiro mandato consecutivo. Com isso, ele disputaria o pleito como servidor público estadual.

 

Orçamento de autarquia é quatro vezes maior que o da Prefeitura

 

O tamanho do peso político do convite para Volpi assumir o Daee pode ser interpretado pelos números. O prefeito de Ribeirão Pires passará a comandar um orçamento quatro vezes maior do que o atual. A peça orçamentária deste ano para Ribeirão é de R$ 177 milhões.

No documento aprovado pela Assembleia Legislativa, a autarquia estadual contará com R$ 749,3 milhões para investimentos em 2011.

 

DESASSOREAMENTO

Entre as principais ações do órgão para este ano está o desassoreamento do Rio Tietê. No ínicio do ano, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou o envio de mais R$ 24 milhões para os cofres do Daee para executar a obra. Ao todo, serão destinados R$ 60 milhões para o desassoreamento.

A superintendência da autarquia, apesar de ligada à Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, tem status de primeiro escalão do governo estadual. Para o PV, é a chance de dar para um de seus melhores quadros um posto que é considerado vitrine em termos de gestão pública. "O sucesso do Clóvis Volpi no Daee representará o sucesso do PV na administração estadual. E não temos dúvida da enorme capacidade do prefeito de Ribeirão Pires para a função", enfatizou o presidente estadual da legenda, Mauricio Brusadin.

Além de experiência administrativa - Volpi está no segundo mandato de prefeito e já presidiu o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC -, o político do PV também tem histórico na área de recursos naturais. Ele comandou, entre 2007 e 2009, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.

 

Mateus já cogita ser o vice em Mauá

 

O anúncio da saída de Clóvis Volpi (PV) de Ribeirão Pires, com ponte pelo Daee, mas com destino à eleição de prefeito em Mauá em 2012, mexeu no cenário político da cidade capitaneada por Oswaldo Dias (PT). Até então projetando encabeçar chapa na corrida ao Paço, Mateus Prado já cogita ser candidato a vice em aliança com o verde.

O presidente do Instituto Henfil está sem partido desde que deixou o PSDC, no fim do ano passado. Em 2008, ele concorreu a prefeito de Mauá pelo Psol, terminando em quarto lugar, com 2% dos votos.

Ocorre que, mesmo antes de ser desenhada a renúncia de Volpi no município vizinho, Prado articula sua ida para o PV, que já foi avalizada pela secretária de Finanças da Executiva estadual da sigla, Regina Gonçalves, e pelo prefeito de Ribeirão.

A intenção inicial era a de lançar seu nome na corrida. "Diante deste fato novo, se eu for realmente para o PV, o caminho natural será formarmos chapa ou assumir papel técnico na campanha."

Mas há quem renegue que o desembarque do prefeito de Ribeirão na cidade interferirá drasticamente no processo eleitoral. "Eu acho bom para a população ter mais uma opção. Mas para o meu projeto não muda nada", considera Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (de malas prontas para o PTdoB).

Chiquinho articula com o vereador Atila Jacomussi (PV) o movimento intitulado de "nova oposição". "Somos a terceira via", garante o ex-prefeiturável. Para viabilizar a chapa, contudo, Atila, que é adversário de Volpi, terá de ingressar em outro partido, possivelmente no PPS, pelo qual exerceu seu primeiro mandato na Câmara. O parlamentar não foi encontrado para comentar o assunto.

 

ESQUIVA

Já o PT não demonstra preocupação com a possibilidade de ter de enfrentar um adversário de peso no pleito em que buscará a reeleição de Oswaldo Dias. "Disputa eleitoral é lá na frente. Agora temos de nos preocupar em melhorar a cidade", despista o deputado estadual Donisete Braga.

O petista, sem olhar cor partidária, aprova a ida de Volpi para a autarquia. O posicionamento é em virtude de o governador, Geraldo Alckmin (PSDB) não ter nomeado ninguém do Grande ABC sequer para o seu segundo escalão. "Sou simpático à ida do Clóvis para o Daee. É experiente e já presidiu o Consórcio Intermunicipal. Seria excelente para a região."

Oswaldo e o vice-prefeito, Paulo Eugênio (PT), não retornaram aos contatos do Diário.

 

Dedé mantém calma e tom cauteloso sobre posse

 

O vice-prefeito de Ribeirão Pires, Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), mantém tom de cautela quando assunto é sua posse como chefe do Executivo. O popular socialista afirma que a renúcia do prefeito Clóvis Volpi (PV), "não é oficial". A postura adotada é de companheirismo. "Estou com o Volpi. Independentemente do que decidir estou com ele e vou apoiá-lo".

Com Volpi trocando o Paço pelo Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), Dedé poderá preparar seu caminho para 2012, quando disputará pleito eleitoral majoritário. "No momento, não acho apropriado falar sobre isso e muito menos fazer projeções ou montar conjecturas", ponderou.

O deputado estadual e coordenador regional do PPS, Alex Manente, pontuou que a candidatura do Dedé ganha mais fôlego. "É natural que qualquer prefeito vá para a reeleição. Mas vale a pena ressaltar que não se ganha nada na véspera", disse.

O parlamentar admitiu que, com o colega assumindo a Prefeitura, as estratégias partidárias traçadas atualmente serão adiantadas. "Temos que aguardar o resultado dessa história com muita prudência. Obviamente que nossa expectativa se antecipa", considerou.

 

FORÇA

Com o cenário que se desenha, o PPS acelera seu fortalecimento na região. "A consolidação desse processo será em 2012. Com Dedé assumindo a Prefeitura de Ribeirão Pires poderemos mostrar o poder administrativo do PPS", analisou Manente. "O Dedé está preparado para o posto", concluiu.




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