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SP não usa 70% da verba do metrô
25/10/2006 | 22:55
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O governo do Estado de São Paulo deixou de utilizar neste ano mais de 70% da verba própria destinada para investimento e ampliação do Metrô na capital, setor vital para melhoria no transporte público.

Dos R$ 968,7 milhões previstos no orçamento 2006 para esse fim, apenas 26,19%, ou R$ 253,7 milhões foram reservados até setembro, de acordo com o Sigeo (Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária), da Secretaria da Fazenda.

A administração, mesmo com dinheiro em caixa, deixou de investir no transporte público e penalizou motoristas e usuários de transporte público.

O montante de investimento no Metrô poderia ser maior que os R$ 968,7 milhões previstos em caixa.

A companhia utilizou outros R$ 330 milhões em obras de ampliação das linhas na capital, dinheiro esse vindo do BNDES, segundo o Metrô.

Se o transporte coletivo ficou prejudicado, o paulistano que usa o próprio carro para se locomover também sofre com a falta de investimento em outras áreas fundamentais para o transporte.

O governo do Estado desistiu de investir no recapeamento das marginais Tietê e Pinheiros, obra em parceria com a Prefeitura paulistana.

Convênio entre Estado e município, definido em 29 de dezembro de 2005, determinou que o Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) faria repasse de R$ 30 milhões para a execução dos serviços de recapeamento.

Nove lotes – O Dersa informou que em maio, junho e julho foram recapeados dois trechos da Tietê e do Pinheiros, cuja extensão alcança 15 quilômetros.

Os 32 quilômetros restantes das duas vias foram divididos em nove lotes, a licitação feita, mas não há possibilidade de início de obra devido à determinação do governador Lembo que barra novas obras. O custo para recapear os trechos restantes alcança a cifra de R$ 79,25 milhões.

Sem metas – As metas previstas para o Metrô no orçamento neste ano também não foram atingidas, nem de perto, mostra o Sigeo.

Apenas 30,5% da ação de implantação da linha 2-verde (Ana Rosa-Ipiranga) foram alcançadas e 38,06% da meta na implantação da linha 4-amarela (Morumbi-Luz) foram atingidos. Agora, mesmo que o governo estadual tente empenhar mais dinheiro em obras em novembro e dezembro, essas verbas só poderão ser usadas no próximo ano. Embora o Metrô negue atraso nas obras, a conclusão de etapas está comprometida.

A estação Alto do Ipiranga, da linha 2-verde, prometida para o final do ano, foi adiada para meados de 2007. “Havia esforço para entregar este ano. A conclusão será em março de 2007”, explicou o presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayze David.

“Gastamos cerca de 70% do orçamento global do Metrô, que é dinheiro do Estado e financiamentos junto ao BNDES, Bird e Bic. Investimos muito mais que há quatro anos”, disse David.

Serra – Ao se comparar o orçamento 2006 com a previsão para 2007, é possível prever que o governador eleito José Serra (PSDB) terá problemas financeiros na conclusão das obras de ampliação do Metrô.

A implantação operacional da linha 5-lilás, que tem reservado para este ano R$ 1,26 milhão, recebeu apenas R$ 100 mil para 2007, uma diferença negativa de 92,1%.

A implantação da linha 2-verde (Ana Rosa-Ipiranga) também teve queda de previsão orçamentária: são R$ 363 milhões em 2006 contra R$ 80,6 milhões para 2007, uma diferença de -77,8%.

Bilheteria – Quarta-feira foi finalizada a blindagem de três guichês na estação Tatuapé, a oitava a receber este tipo de proteção. Por dia, cerca de 55 mil pessoas utilizam o local para embarque ou desembarque.



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