Pré-candidato à Prefeitura de Ribeirão Pires, o ex-vice-prefeito Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), recusou apoio do atual prefeito Saulo Benevides (PMDB). O chefe do Executivo anunciou na terça-feira à tarde a grupo de aliados que não vai mais concorrer à reeleição e os orientou a seguir para a coligação do popular-socialista.

Enfaticamente, Dedé explicou que o respaldo de Saulo pode ser prejudicial à sua empreitada política. “Eu nego esse apoio. Se fosse bom (o governo), ele seria candidato. Nosso grupo não precisa do apoio dele. O Saulo está com a imagem desgastada e com certeza prejudica quem ele quiser apoiar”, afirmou. Dedé garantiu que não conversou com Saulo a respeito do caso.

Por outro lado, para o popular-socialista, a adesão do grupo de aliados do prefeito é bem-vinda. “Não sendo candidato, ele (Saulo) inexiste na eleição e os partidos que estão com ele ficam órfãos de candidato (ao Executivo). O Zé Nelson (PMDB, presidente da Câmara) e algumas outras pessoas vão querer buscar o melhor projeto para Ribeirão. Se o Saulo desistir e os aliados quiserem aderir ao projeto do Dedé, não posso negar”. Atualmente, o grupo do chefe do Executivo conta com o apoio de PMDB, PTN, PRTB, PSC e PSDC. “Não sei se o (Michel) Temer (PMDB, presidente da República em exercício) vai ficar ou vai sair, mas, se ficar e estivermos com o PMDB, vai ser mais fácil obtermos recursos do governo federal, alguns que estão parados até hoje”, discorreu Dedé, que disse ter conversado também com pessoas de dentro da sigla em busca de apoio caso Saulo desista, entre eles a ex-deputada estadual Vanessa Damo (PMDB).

O anúncio de que o prefeito não iria concorrer à reeleição foi feito na terça-feira, pouco antes da convenção que homologou a chapa encabeçada por Dedé com a ex-secretária de Educação e Inclusão Rosi de Marco (PSDB) na segunda cadeira. O popular-socialista negou os boatos de que alguém do grupo do peemedebista possa assumir a chapa majoritária ao lado dele no lugar da tucana. “A possibilidade (de isso acontecer) é zero. A chapa está formada. Não tem espaço para mudar.”

REPERCUSSÃO
Ontem, Saulo informou aos comissionados sua decisão de ficar fora da eleição de outubro. Hoje pela manhã haverá reunião para decidir se a situação apostará num candidato próprio ou vai deixar os aliados livres no pleito – os nomes do vereador Hércules Giarola (PMDB) e do ex-secretário Koiti Takaki (PTdoB) foram especulados como prefeituráveis.

Além de Dedé, o bloco do governo cogita migrar para a candidatura do ex-prefeito Luiz Carlos Grecco (PRB). Para os aliados, interlocutores de Saulo alegaram que os altos índices de rejeição do governo peemedebista motivaram a desistência.

Prefeito oficializa hoje sua desistência do páreo

O prefeito de Ribeirão Pires, Saulo Benevides (PMDB), anuncia hoje oficialmente que desistiu de concorrer à reeleição. Informe sobre o destino do chefe do Executivo será feito durante a convenção do partido, marcada para as 10h, no bar Invictus.

A decisão já havia sido comunicada na terça-feira, em reunião com vereadores da base governista e secretários próximos, que foram orientados a apoiar o postulante ao Paço Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), conforme mostrou o Diário. O peemedebista, no entanto, admitiu que pode rever sua decisão.

“Eu não falei aquilo (que deixaria de ser candidato). Não vou apoiar o Dedé. Não vou apoiar ninguém se eu decidir não ser candidato. Estamos falando com amigos e familiares antes de tomar uma decisão. Nós melhoramos muito no quadro eleitoral, inauguramos muitas obras. Se eu não quiser disputar a eleição, é uma opção pessoal minha, não tem nada a ver com desempenho eleitoral”, disse, irritado.

A abdicação de Saulo vem em momento em que o governo é bastante mal avaliado pela população. Em agosto de 2015, o Diário já havia antecipado que poderia haver essa possibilidade por conta disso. Outro ponto para a desistência é a formação de frente contra o ex-prefeito de Rio Grande da Serra e postulante ao Paço de Ribeirão Adler Kiko Teixeira (PSB) que, até agora, nas pesquisas de intenções de voto tem sido apontado como o favorito dos munícipes.