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Diretoria procura novo executivo
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
05/05/2010 | 07:00
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A multinacional precisa renovar a frota dos executivos e necessita encontrar o modelo que melhor atenda às exigências do corpo diretivo. Visão do futuro; habilidade em negociações; flexibilidade para mudanças; espírito empreendedor e inovador; dinamismo; e experiência em liderar são algumas delas. E para chegar a uma decisão, chamamos para entrevista no RH dois candidatos à vaga: Chevrolet Vectra Elite e Honda Civic LXL, ambos automáticos.

CUSTOS - Inicialmente analisamos friamente o preço. Neste ponto, o Civic leva pequena vantagem. Partindo de R$ 74.165 na versão avaliada, o Honda é R$ 1.407 mais em conta que o representante da Chevrolet, que parte de R$ 75.572.

Porém, quando considerado o custo-benefício, as coisas mudam de figura. Por este preço, o Civic entrega air bag duplo frontal, ar-condicionado, direção elétrica, controlador de velocidade, trio elétrico, rodas de liga leve de 16 polegadas e freios com ABS. O Vectra, por sua vez, vai além. Oferece itens que não são nem opcionais no rival: air bags frontais e laterais, faróis de neblina, bancos de couro, rodas de liga leve de 17 polegadas, sensor de chuva e computador de bordo.

Para ter couro no Civic, é preciso investir mais R$ 1.720. Agora, para equilibrar os demais itens de série, o interessado pelo Honda terá de subir de versão, indo para a topo EXS, que custa salgados R$ 88.750 - R$ 13.178 mais caro que o Vectra Elite.

Apenas uma observação: teto solar e ajuste elétrico do banco do motorista, não disponíveis no Civic, são opcionais no Vectra por R$ 3.542.

MEDIDAS E CONFORTO - Espaço e conforto também são virtudes consideráveis. E o Chevrolet volta a impressionar o entrevistador do RH com 10 cm a mais de comprimento e porta-malas com 186 litros a mais de capacidade. No entanto, no momento que são ponderadas outras medidas, o Civic equilibra as coisas. A distância entre os eixos e a altura são iguais às do concorrente - 2,70 m e 1,45 m, respectivamente. Ponto positivo para o assoalho plano do Honda, comodidade extra para os pés do passageiro que vai no centro do banco traseiro.

Quando pulamos para o acabamento e o visual interno, o Civic começa a conquistar a vaga. Os materiais - plástico e couro - são de excelente qualidade e os encaixes das peças precisos. Os comandos estão todos à mão e o design - especialmente o painel de instrumentos de dois andares com velocímetro digital (cor predominante azul) e console central voltado para o motorista - denota modernidade. Os bancos estão melhor moldados ao corpo, principalmente o do condutor.

O Vectra é mais tradicionalista. O visual interno não é ousado, apesar de os materiais - plástico e couro - serem de qualidade também. A sensação é de que o Chevrolet está alguns anos atrás.

ESTILO - Chegar bem vestido para as reuniões é fundamental. Terno, gravata e sapatos bem engraxados são indispensáveis. E neste ponto - estilo - , o Civic é melhor. Agrega visual atual. A frente é arrojada e a traseira bem definida. Sem falar da silhueta arredondada que ainda recebe elogios. O Chevrolet é mais recatado. Tradicionalista. Prefere o clássico. Está relativamente defasado em relação aos executivos modernos, apesar dos detalhes cromados de bom gosto.

AGILIDADE E DINAMISMO - Chegamos a um ponto muito importante: desempenho. E aqui o Honda praticamente assina o contrato. É ágil, dinâmico e prazeroso de se dirigir. A começar pelo agradável motor 1.8 16V i-VTEC de funcionamento linear e que desenvolve até 140 cv a 6.200 rpm e torque de 17,7 mkgf a 4.300 rpm - ambos os índices com álcool. As respostas são rápidas e muito satisfatórias.

No entanto, o segredo do desempenho está na transmissão automática de cinco velocidades em perfeita sintonia com o motor. A caixa não inibe o ímpeto e o tempero do Civic. As trocas são macias, rápidas e previsíveis. Ponto positivo para a posição ‘S', que torna a condução mais esportiva com trocas de marchas em rotações mais elevadas, e para o paddle shift (borboleta) atrás do volante, ideal para os que buscam tocada arrojada.

E a suspensão, com acerto rígido, é a cereja do bolo da dirigibilidade do Civic.

O Vectra tem alguns itens a melhorar. O motor 2.0 8V Flexpower é interessante. Entrega a mesma potência que o coração do Civic - 140 cv (álcool) -, tem torque mais elevado e em faixa de rotação menor (19,7 mkgf a 2.800 rpm). Mas o que prejudica o Chevrolet é a transmissão de quatro velocidades. Em condução que privilegie o conforto, a caixa não incomoda - as mudanças são feitas de forma rápida e satisfatória -, porém, quando se busca esportividade, o câmbio bloqueia o melhor do Vectra.

O CONTRATADO... - Por ter preço inicial ligeiramente mais em conta, design atual e desempenho superior, o Civic levou a melhor na licitação da empresa. O corpo diretivo vai contratar o Civic. O Vectra, por sua vez, tem custo-benefício superior, mas precisa abandonar alguns resquícios do passado e se atualizar perante a concorrência. Talvez esteja faltando um MBA...




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