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Irmao de Zé Indio é indiciado por concussao
Do Diário do Grande ABC
14/07/1999 | 18:43
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O irmao do ex-vereador e atual deputado federal José Indio do Nascimento (PMDB), Maurício Ferreira do Nascimento, foi indiciado nesta quarta-feira por concussao. Ele é acusado de ter recebido propinas na época em que trabalhava na Administraçao Regional da Moóca. Nascimento trabalhou como assessor do administrador regional na mesma época em que seu irmao, entao vereador, controlava politicamente o órgao.

Nascimento e o ex-administrador regional da Moóca, Arlindo Afonso Alves, sao suspeitos de terem comandado um esquema envolvendo placas de publicidade na regiao. Segundo o delegado Vilson Genestretti, que conduz o inquérito policial da Moóca, empresas de publicidade seriam obrigadas a pagar R$ 500 00 mensais por cada placa instalada em áreas públicas, na regiao da AR-Moóca. O esquema foi revelado à polícia por empresários do setor.

De acordo com as testemunhas, oficialmente era formalizado um termo de cooperaçao entre as empresas e o poder público. Pelo termo, quando uma empresa se dispoe a conservar determinado local, pode instalar uma pequena placa de publicidade. "Porém, na verdade, eram instalados grandes painéis", disse o delegado Genestretti. Conforme o delegado, ainda é cedo para afirmar se o ex-vereador também participava do esquema. "As denúncias referem-se apenas ao irmao do deputado e o ex-regional", salientou. Porém, ele nao descarta a hipótese de convocar o deputado para ser ouvido pela polícia.

Segundo uma das testemunhas, o dinheiro da propina era pago sempre em espécie. Um empresário apresentou à polícia cópias dos cheques descontados para pagar a suposta extorsao. Em um ano, sua empresa pagou R$ 75 mil para que as placas nao fossem retiradas pelos fiscais da Prefeitura.

Depoimento - Nascimento chegou ao Departamento de Investigaçoes e Registros Diversos (Dird) por volta das 13 horas, duas horas depois do horário marcado para o depoimento. Na saída, evitou conversar com a imprensa. "É uma armaçao para acabar com minha imagem e de meu irmao", resumiu Nascimento, que negou qualquer tentativa de extorsao na época em que trabalhou na Penha.

Nesta quarta-feira, o ex-regional Alves também seria ouvido pelo delegado Genestretti. Horas antes do depoimento, porém, seu advogado ligou para os delegados e solicitou que fosse marcada nova data para o depoimento. Segundo Genestretti, o ex-regional, que atualmente trabalha na Empresa Municipal de Urbanizaçao (Emurb), também deve ser indiciado pela polícia.

- Nesta quarta-feira, o juiz Sidney Celso de Oliveira, da 4ª Vara Criminal, interrogou os últimos acusados de terem se beneficiado de um esquema de propinas na Administraçao Regional da Sé. Todos negaram as acusaçoes. O ex-coordenador da equipe de apreensao da Sé, Pierre El Saloum, negou as denúncias de extorsao e afirmou que nunca teve contato com o ex-deputado estadual Hanna Garib, acusado de ser o principal beneficiário do esquema na Sé. A informaçao, porém, foi desmentida pelo sucessor de Saloum na Sé, Euclides de Oliveira, que afirmou ao juiz que seu antecessor foi indicado e era pessoa de confiança do ex-deputado dentro da regional.




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