Economia Titulo
Especialistas dão dicas para pagar contas sem comprometer o orçamento
Carolina Lopes
Do Diário OnLine
05/01/2009 | 10:00
Compartilhar notícia


Após os gastos com as festas de fim de ano, os consumidores precisam preparar o bolso para as despesas de janeiro, que incluem impostos, matrícula e material escolar. Para não começar 2009 com a 'corda no pescoço', especialistas recomendam, sobretudo, organização e planejamento.

A dica do professor de economia da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) Sandro Maskio é utilizar o 13º salário para acertar as dívidas que foram realizadas em dezembro.

"O consumidor deve usar esse dinheiro para pagar as contas que ele já fez. Como o custo do carregamento de dívida no Brasil é muito alto, o ideal é que ele consiga, no mínimo, reduzir o volume do débito com o 13º salário, mesmo que isso signifique um Natal mais magro", explica.

Além de utilizar o 13º para acertar os compromissos já assumidos, o coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, acrescenta que o consumidor deve reservar uma parte do benefício já pensando nos gastos sazonais de início de ano.

"Uma parcela do 13º salário deve ser destinada para as despesas de janeiro. Se ele gastar todo esse dinheiro no Natal e não se planejar, poderá enfrentar sérias dificuldades depois", orienta.

Impostos - Quem possui veículo já começa o ano apreensivo com o pagamento do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos), que varia de 1% a 5% sobre o valor do veículo. No Estado de São Paulo, o imposto pode ser pago à vista, com desconto de 3%, ou em três parcelas sem abatimento.

Além disso, janeiro é mês de pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), cujo valor depende do valor do imóvel e do município em que está situado. Em geral, as formas de pagamento do tributo são à vista com desconto (que depende de cada cidade, mas que pode chegar a 10%) ou parcelamento em 10 vezes sem redução.

Segundo o professor da Metodista, o ideal é pagar esses impostos à vista. "Vale a pena pagar à vista por dois motivos: o desconto é razoavelmente atrativo e você não compromete sua renda futura. O desconto no IPTU gira em torno de 10% e esse percentual é maior do que a poupança paga dentro de um ano inteiro [o rendimento da poupança é de 6% ao ano mais correção da TR]", afirma Maskio.

"Caso o desconto seja convidativo, certamente é preferível pagar à vista. Porém, agora que os juros estão mais elevados, às vezes é melhor parcelar", pondera Balistiero.

Matrícula e material escolar - Quem estuda ou possui filhos sabe que o início do ano também é época de pagar matrícula e material escolar. Apesar de não ser possível parcelar a matrícula, o coordenador da Fundação Santo André ressalta que sempre é possível negociar com o estabelecimento de ensino.

"Algumas escolas oferecem a possibilidade de os consumidores anteciparem pagamento de algumas parcelas, como um semestre ou um trimestre, e, nesse caso, concedem descontos", comenta Balistiero

No caso do material escolar, as dicas para os consumidores são pesquisar preços, pechinchar e comprar somente o necessário. Para economizar, também é possível juntar diversas famílias, fazer compras em uma rede atacadista e depois dividir os itens.

"Em geral, o comércio costuma parcelar a compra do material em três vezes sem juros. Os consumidores também podem chorar um desconto no pagamento à vista. Vale a pena comprar à vista se houver um abatimento, senão a dica é parcelar", afirma Sandro Maskio.

Planejamento - De acordo com o professor da Metodista, a melhor forma de se preparar para os gastos de janeiro é adquirir o hábito de planejar as despesas e controlar o orçamento.

"O ideal é fazer um planejamento: checar quais serão os impostos a pagar, além dos gastos normais do cotidiano e, a partir daí, ver o quanto você tem disponível para pagar as despesas de início de ano sem que isso prejudique seu orçamento. O consumidor deve acostumar a planejar e ter claro quais serão suas obrigações ao longo do ano e sua capacidade de renda", explica Maskio.

O professor ressalta ainda que o planejamento ajuda a evitar a necessidade de se contrair dívidas - um grande problema em épocas de crise financeira. "Estamos em um período critico para a economia, o impacto da crise está começando a chegar ao setor real da economia. O crédito está mais caro e a segurança no mercado de trabalho está menor. Por isso, assumir compromisso de dívida é hoje muito mais arriscado", explica.

A despeito da crise financeira ou dos gastos de janeiro, Ricardo Balistiero aconselha a controlar as despesas em todos os meses do ano. "Planejar o orçamento é recomendável em qualquer circunstância e ao longo de todo o ano", afirma.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;