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Lula promove Dilma em evento no Grande ABC
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
26/03/2010 | 07:59
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à solenidade de abertura do 2º Congresso das Mulheres Metalúrgicas no ABC, realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos da região, em São Bernardo. Lula aproveitou o evento para, mesmo que de forma contida, promover a candidatura de Dilma à Presidência da República.

O presidente nem precisou declarar o pedido de apoio à "companheira" de forma explícita. No berço das lutas encabeçadas por ele pelos direitos dos trabalhadores nos anos 1970 e 1980, Lula sentiu-se em casa e, diante da plateia majoritariamente feminina, deixou nas entrelinhas que está na hora de o Brasil ter uma presidente.

O evento foi realizado curiosamente 32 anos após o primeiro congresso sobre o tema, em 1978 (na ocasião Lula presidia o sindicato). Ao justificar o grande espaço de tempo entre os encontros, o presidente deu o primeiro sinal de que estava lá para conferir maior importância ao seminário, mas também para reafirmar a candidatura de Dilma.

"Se tivéssemos promovido o congresso de dois em dois anos, por exemplo, as mulheres hoje poderiam formar a maioria na categoria. Mesmo assim a representatividade feminina na sociedade vem crescendo muito, o que nos faz acreditar que logo teremos uma mulher comandando o País", discursou Lula, seguido de coros pró-Dilma.

A ministra-chefe da Casa Civil aproveitou bem o espaço. Em aproximadamente 40 minutos de discurso (que rendeu piada de Lula ao dizer que "está falando mais que a mulher da cobra"), a pré-candidata à Presidência falou sobre a participação da mulher na sociedade, destacando duas ações do governo federal nos últimos anos: a criação da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres (comandada por Nilcéa Freire, presente à cerimônia) e a sanção à Lei Maria da Penha.

O clima de campanha permaneceu quando Dilma Rousseff foi presenteada com um quadro pela coordenadora do coletivo de gênero do sindicato, Simone Aparecida Vieira. "Me emociona porque mostra o povo por traz, me sustentando", considerou, em alusão à corrida presidencial. Sobre a imagem feita quando ainda utilizava peruca pela queda de cabelo em decorrência da quimioterapia, a pré-candidata utilizou o bom humor. "Agora é cabelo mesmo, como vocês podem ver", afirmou, puxando algumas mechas com a mão.

FUTURO MINISTRO? - Dilma Roussef deu a entender que já traça planos inclusive para a formação de sua equipe no governo federal. Durante o 2º Congresso das Mulheres Metalúrgicas, a pré-candidata à Presidência foi só elogios ao presidente do Sindicato da classe na região, Sérgio Nobre. "Já está preparado para ser ministro ou prefeito de São Bernardo", declarou.

Campanha por ampliação de licença-maternidade é lançada

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC lançou ontem à noite, durante o evento de abertura do 2º Congresso das Mulheres Metalúrgicas, a campanha para que as empresas do segmento na região fechem acordos com a entidade sindical para prorrogar a licença-maternidade, de 120 para 180 meses.

A lei 11.770, aprovada em 2008 e em vigor desde janeiro deste ano, dá a possibilidade de que as companhias ampliem, voluntariamente, o prazo do benefício.

Segundo o presidente do sindicato, Sérgio Nobre, pesquisas apontaram que é importante que as mulheres fiquem junto dos filhos nos seis primeiros meses de vida para o desenvolvimento da criança.

O objetivo da campanha é que todas as indústrias metalúrgicas da base do sindicato - São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra - assumam o compromisso de oferecer a licença-maternidade ampliada. "Até porque, as empresas têm incentivo (a lei prevê o direito à dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica do valor correspondente à remuneração dos 60 dias de prorrogação)".

Também ontem durante o evento do sindicato, duas empresas - a Toledo, de São Bernardo, e a Uniforja, de Diadema - assinaram acordos desse tipo. As duas fabricantes, juntas, somam 758 trabalhadores, dos quais 115 são mulheres.

ALERTA - Tramita no Congresso lei que torna o benefício obrigatório. Em discurso durante a abertura do Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou preocupação de que empresas restrinjam as contratações, devido à exigência da licença-maternidade de seis meses. "É preciso que a aprovação dos 180 dias seja acompanhada de mecanismos de proteção", afirmou Lula.

Nobre, por sua vez, não acredita que haverá entraves à contratação de mulheres. "Acho que não vai restringir. Quando se falava em subir o salário-mínimo acima da inflação, diziam que as prefeituras e a Previdência iriam quebrar, e hoje o mínimo está em R$ 510", citou. ( Leone Farias)




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