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Powell conversa com Amorim sobre 'fichamento' de americanos
Do Diário OnLine
08/01/2004 | 14:34
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell, ligou na quarta-feira à noite para o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para conversar sobre a medida adotada pelo Brasil desde o dia 1º de janeiro que prevê a identificação – por meio de fotografia e retirada de impressão digital – de todos os norte-americanos que chegarem ao país.

Segundo a assessoria do Itamaraty, eles conversaram por 20 minutos. Powell reclamou, principalmente, da demora do sistema de identificação brasileiro. Na segunda-feira, passageiros que desembarcaram no Rio de Janeiro chegaram a esperar por oito horas em filas. Ainda de acordo com o Itamaraty, Amorim respondeu que o Brasil "tem todo o interesse de trabalhar positivamente para encontrar uma solução mutuamente satisfatória".

Mais cedo, Amorim havia divulgado uma nota pedindo o fim do fichamento dos brasileiros nos EUA. Sobre a identificação dos americanos que chegam ao Brasil, ele explicou que a medida foi adotada com base no princípio internacional da reciprocidade, ou seja, provavelmente seria abandonada caso os brasileiros também fossem dispensados do mesmo procedimento na imigração dos EUA.

Durante uma entrevista em Washington, Powell já tinha avisado que se queixaria da situação a que estão sendo submetidos os cidadãos dos EUA. Powell classificou como "discriminatória" a medida brasileira, porém defendeu o programa de fichamento aplicado pelos EUA aos passageiros da América Latina, da África, do Oriente Médio e da Ásia. Segundo ele, trata-se de uma ação necessária para a segurança dos norte-americanos. Apenas os viajantes de 28 países, a maioria deles europeus, não são submetidos ao fichamento.

Nesta quinta-feira, a embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, voltou a falar do assunto. Ela defendeu a soberania dos países de decidir quem entra em seu território, mas disse que isso só é válido se servir para aumentar a segurança. “Se é para aumentar a segurança, todos os países do mundo deveriam fazer (identificação)”, disse.

Porém, frisou a questão de apenas os americanos serem ‘fichados’. “Todos os turistas deveriam ser identificados. Mas se apenas o de um (país) é, para mim é discriminatório”, afirmou à Rede Globo.




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