Economia Titulo Receita
Faturamento de pequenas
cai 0,9% no Grande ABC

Desempenho ruim da indústria - que apresentou decréscimo
de 0,5% no Estado de São Paulo - contribui para o resultado

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
16/02/2012 | 07:00
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O faturamento das MPEs (Micro e Pequenas Empresas), localizadas no Grande ABC, teve queda de 0,9% no ano passado em relação a 2010, de acordo com a pesquisa do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), divulgada ontem. De acordo com o consultor do Sebrae Pedro Gonçalves, a indústria, que no Estado de São Paulo emplacou queda de 0,5% no faturamento em 2011, foi o que impulsionou o desempenho negativo das companhias na região.

O aumento da taxa básica de juros no primeiro semestre, que encareceu o crédito e, portanto, elevou o custo da produção e das vendas; as medidas macroprudenciais, o que culminou na restrição do crédito às empresas; o real valorizado frente ao dólar, o que barateia os produtos importados, são alguns dos motivos para o resultado ruim, de acordo com o consultor.

Em relação ao mês de novembro de 2011, a receita dessas empresas cresceu 5,3% em dezembro e em 12 meses não houve variação.

O especialista comenta que a gestão adotada pelos empresários é o que determina a progressão dos negócios - principalmente quando o ramo de atuação é o industrial. "Uma empresa que tem melhor gestão aproveita o ambiente que é igual para todos para se destacar. É o planejamento independente do que acontece do lado externo", explica.

Ele lembra que as micro e pequenas devem criar alternativas para reverter o quadro econômico mundial, que hoje é instável. "Se é difícil concorrer com o importado, ela pode mudar o mix de produção e vender itens mais baratos. Se está com dificuldades de exportar para a Europa Ocidental , como é o caso das metalúrgicas no Grande ABC, dá para buscar outros mercados que estão em crescimento e expansão", comenta Gonçalves.

O consultor alerta que em 2012 a indústria poderá ter desempenho melhor, isso porque a taxa Selic, que começou a ser reduzida em agosto do ano passado até chegar a 10,5% ao ano, deverá ser sentida com mais austeridade no segundo semestre deste ano. "Mesmo assim comércio e serviços vão continuar puxando o faturamento das MPEs", sinaliza.

NO ESTADO- No Estado de São Paulo, onde as MPEs registraram aumento de 3,8% no faturamento em 2011, os méritos foram do setor de serviços, que registrou desempenho positivo de 7,5%, e do comércio, que incrementou seus ganhos em 3,3%. "O consumo do mercado interno é o que está puxando a economia brasileira e o aumento da renda dessas empresas", lembra o consultor do Sebrae Pedro Gonçalves.Além disso, as MPEs geraram R$ 336,6 bilhões em receita no Estado, ou R$ 12,2 bilhões a mais.




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