Economia Titulo No Grande ABC
Financiamentos de veículos caem 16,5%

Queda na renda e falta de confiança do
consumidor puxam para baixo demanda por crédito

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
23/07/2016 | 07:25
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Ricardo Trida/DGABC


O número total de financiamentos de veículos no Grande ABC teve queda de 16,5% entre janeiro e junho na comparação com o primeiro semestre de 2015, segundo dados da Cetip, empresa que tem base de dados de operações de crédito na área automotiva. Nos seis meses iniciais de 2016, foram contabilizadas 49.163 operações para compra de automóveis a prazo, 9.722 a menos do que no mesmo período de 2015. A retração é um pouco menor do que a registrada em todo o País, cuja variação foi de -16,7%.

Os veículos de passeio representam a maior parcela entre os financiamentos na região: foram 41.362 na metade inicial de 2016, o que equivale a 84,1% do total. Em relação ao primeiro semestre do ano passado (50.912), o decréscimo foi de 18,8%. Considerando apenas os carros novos, o recuo foi de 30,8%. As motocicletas apresentaram variação de negativa de 17,6%, passando de 3.548 para 2.954 operações de crédito aprovadas.

Já os veículos pesados – caminhões e ônibus – tiveram aumento de 5,5% nos financiamentos no Grande ABC, pulando de 3.921 para 4.137. A tendência vai na contramão da observada no Brasil, cujo número de vendas a crédito caiu 14,4%. Entretanto, se considerados apenas os dados de junho, a região teve retração de 19,3% nas operações desse tipo de bem. No País, houve decréscimo de 18,7% ante junho de 2015.

O gerente de relações institucionais da Cetip, Marcus Lavorato, informa que o volume de financiamentos de veículos no Brasil vem caindo desde 2014, mas que esse movimento se agravou no ano passado. “Isso é reflexo da conjuntura econômica pela qual o País está passando, com aumento do desemprego, queda na renda da população e retração do PIB (Produto Interno Bruto). Todos esses fatores, somados ao baixo nível de confiança do consumidor, fazem com que caia a demanda por crédito.”

A falta de credibilidade também afeta os bancos, que, diante do maior risco de inadimplência, passam a ser mais restritivos na aprovação de financiamentos. Lavorato explica que a Cetip não possui dados específicos sobre as propostas negadas pelas instituições financeiras. Entretanto, garante que o volume total de operações de crédito no setor automotivo atingiu os níveis mais baixos da série histórica, que possui mais de dez anos.

DESEMPENHO DO SETOR - A redução nos financiamentos segue a mesma trajetória do total de vendas de veículos zero-quilômetros no País – incluindo as transações à vista. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o número de emplacamentos de carros de passeio, comerciais leves (picapes e utilitários), caminhões e ônibus recuou 34,07% no primeiro semestre deste ano na comparação com a metade inicial de 2015. Considerando apenas o resultado de junho, a queda foi um pouco menor: de 31,96% ante o sexto mês do ano passado.

A Fenabrave prevê que a situação do setor deve apresentar leve melhora ao término de 2016, mas, ainda assim, com queda de 15% nas vendas de veículos novos na comparação com o ano passado. A Cetip, por outro lado, não trabalha com projeções.
 




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