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Fiat prepara-se para outra era no Brasil
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
13/08/2011 | 08:49
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No ano em que completa 35 anos no País, a Fiat se vê diante de novos desafios para manter a trajetória de sucesso. Peça fundamental para a sobrevivência do grupo italiano, a operação brasileira prepara sua expansão com novos investimentos, além de absorver a Chrysler na América Latina, onde a junção já rende o primeiro lançamento no País: o Fremont, também vendido no Brasil como Dodge Journey, importado do México.

Quando inaugurou sua fábrica em Betim em 9 de julho de 1976, a Fiat não tinha nos planos atingir o grau de produção atualmente verificado na unidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte. Com a metade do capital pertencente ao governo de Minas Gerais - depois comprado 100% pelo grupo italiano -, a fábrica começou com capacidade de produção de 70 mil unidades anuais.

Neste ano, a empresa espera produzir em Betim cerca de 850 mil veículos. De acordo com o diretor de produto e exportação, Carlos Eugênio Fonseca Dutra, são fabricados diariamente 3.200 veículos na fábrica que pode ser considerada uma das maiores, senão a mais produtiva do mundo. A cada 20 segundos, um automóvel ou comercial leve fica pronto na planta mineira.

"Com investimento superior a R$ 1 bilhão, estamos preparando Betim para atingir produção anual de 1 milhão de automóveis em 2012, com a eliminação de gargalos, principalmente, na linha de pintura. Se tudo correr bem e houver demanda, pretendemos chegar ao número mágico de 4.000 veículos por dia", adiantou.

Primeira empresa a se instalar fora do Estado de São Paulo, que concentrava a produção automobilística até então, contou para o sucesso da Fiat o processo que ficou conhecido como mineirização, ou seja, a atração de fornecedores de autopeças e componentes para a região próxima da fábrica.

Dificilmente a empresa conseguirá replicar esse mesmo modelo para a sua nova unidade fabril. Além de expandir a unidade de Betim, a Fiat confirmou que sua nova fábrica no Brasil, com capacidade para 250 mil veículos ao ano, será construída até 2014 na cidade pernambucana de Goiana - distante 60 quilômetros de Recife - com investimentos de cerca de R$ 4 bilhões.

"Será uma fábrica moderna, integrada, de baixo impacto ambiental e com os mais adiantados processos de produção", afirmou o presidente da Fiat-Chrysler no Brasil, Cledorvino Belini, um dos artífices para a nova estratégia global do grupo italiano. "O Brasil vai ter de desenvolver e exportar inteligência se quiser competir em pé de igualdade com o restante do mundo."

Não está decidido qual produto a unidade pernambucana fabricará, mas pode ser que a parceria com a Chrysler entre a partir daí numa fase decisiva, incluindo as marcas que agora também passam a ser controladas pelo grupo italiano: Dodge e Jeep.

Sob aprovação do governo federal dos Estados Unidos, a junção das duas marcas foi pensada na sinergia e complementariedade da linha de produtos. Um novo veículo poderia ser criado como produto global com foco na América do Sul aproveitando a expertise de todas as marcas.

Com os novos investimentos, a Fiat busca não só manter a forte atuação no mercado nacional, onde lidera as vendas com 22,5% de market share, mas também preparar a marca para o avanço dos concorrentes asiáticos e garantir saltos globais para a Fiat-Chrysler.

O presidente mundial do grupo, Sergio Marchionne, tem a meta de atingir em 2014 a produção de 6 milhões de unidades em todas as regiões do planeta em que atua. Para ele, este número é imprescindível para a sobrevivência dos maiores fabricantes de automóveis. Em 2010, Fiat e Chrysler tiveram produção abaixo das 4 milhões de unidades.

"Novas possibilidades e oportunidades se abrem", reforça Belini. "Temos de estar aptos a aproveitá-las."




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