#PartiuViagem. Usar essa hashtag ao início de uma aventura não restringe a trajetória que vem a seguir ao significado apenas das palavras descritas. Carrega consigo também tudo o que será vivenciado pelos viajantes, fisicamente e emocionalmente. E é exatamente isso que permeia o longa Entre Idas e Vindas, que estreia hoje nos cinemas (inclusive na região) e tem como protagonistas Fábio Assunção e Ingrid Guimarães, além da participação do filho do ator, João Assunção. A direção é de José Eduardo Belmonte (Alemão e Se Nada Mais Der Certo).

Fábio é Afonso que, abandonado pela mulher com o filho pequeno, Benedito (João), cai na estrada rumo à São Paulo à bordo de um Lada em péssimas condições. No caminho, se depara com Amanda (Ingrid Guimarães), Sandra (Alice Braga), Krisse (Rosanne Mulholland) e Cillie (Caroline Abras), que trabalham como operadoras de telemarketing. Viajando em um motorhome, elas pegam a estrada para fazer a despedida de solteiro de Sandra, que acaba sendo frustrada.

E assim, de fato, começa o longa definido como road-movie por Belmonte. O diretor teve a ideia de fazê-lo após sugestão do filho que tinha 4 anos e agora é um adolescente. “Sempre gostei deste tipo de filme, inspirado em comédias italianas, que não foge de histórias dramáticas, mas também faz rir e emociona. Queria muito concretizar algo assim, amoroso, e tive a sorte de pegar um elenco eclético”, comemora.

A relação entre pai e filho é um ponto alto da história, tanto que foi Fábio quem sugeriu João para interpretar Benedito. O garoto rapidamente se tornou o xodó de todo elenco e se mostrou um tanto maduro durante a atuação. “Era emocionante ver a tensão de Fábio assistindo ao João gravar a cena e ver a tranquilidade e segurança dele (garoto) na frente das câmeras”, disse Ingrid. O jovem ator, embora tenha gostado da experiência, disse não saber ainda se quer seguir na profissão.

Ingrid, por sua vez, comemora o fato de ter feito um enredo diferente dos que ela gravou até então. “Faço muito filme de fora para dentro e este é um de dentro para fora. Fala sobre os pequenos dramas internos das pessoas. Tem uma simplicidade de história ao retratar o mundo de cada um. É um projeto sobre nada e sobre tudo.” E Fábio completou: “O filme se dá pelos encontros, desencontros e pelas perdas que vamos tendo na vida. A nossa vida (de ator) é um pouco assim: estamos sempre indo de um lugar ao outro, fazendo trabalho, estamos sempre nos encontrando e despedindo de pessoas. Isso transforma.”

A história, que tinha tudo para ser ‘água com açúcar’, ensina, nas entrelinhas – ou nas curvas da estrada’–, que sempre é hora de se fazer um recomeço. Basta cada um saber o seu momento e dar start na vida.