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Guilherme Karam se despede

Carioca, que sofria de doença degenerativa,
morreu na última quinta aos 58 anos de idade

Marcela Munhoz
Vinícius Castelli
08/07/2016 | 07:00
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Divulgação


 Ele fez muita gente rir em TV Pirata. Aterrorizou criancinhas em Super Xuxa contra o Baixo Astral. Surpreendeu telespectadores também com seu talento vocal como Geraldito em América (2005), seu último trabalho na TV. E ontem, descansou. Aos 58 anos, Guilherme Karam se despediu. O ator era portador da síndrome de Machado-Joseph, doença rara e hereditária que causa a degeneração do sistema nervoso. Karam estava internado há dois anos no Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio de Janeiro. A mãe e irmão também morreram por conta da doença. Ele deixa um filho de 18 anos, Gustavo.

Quando criança, Karam queria ser médico, cursou Arquitetura, mas se rendeu aos palcos. Estreou na Globo na novela Partido Alto, em 1984, e ficou conhecido por seus trejeitos exagerados e personagens marcantes em mais de dez novelas. Um dos mais engraçados era Zeca Bordoada, da TV Machão, no humorístico TV Pirata – reprisado no Viva às quartas, às 21h. O ator apostava que comediante tem de nascer com talento e costumava repetir que gostava mesmo das boas piadas. “Gosto da gargalhada forte”, enfatizava.

UM ALÔ AO GRANDE ABC
Muitos fãs também relembraram do ator na redes sociais. Um em especial. Ricardo Martins, 56, o Rick and Roll, de São Caetano, dono da loja Rock’N Roll Discos, chegou a conhecer Karam. Foi durante as gravações de Explode Coração, da Globo (1995). “Na época, começaram a falar de campeonato de topetes e resolvi processar a Globo por me sentir no direito de roubarem minha ideia. Com a ajuda do Diário e da assessoria da novela me convidaram para ser o consultor do personagem Bebeto a Jato, que estava desacreditado dos rockers.”

Ricardo lembra bem como foi o encontro com o ator. “Assim que cheguei no Projac, ele me recebeu e perguntou tudo a respeito do movimento rockabilly. O fato de ser do Grande ABC o deixou curioso a respeito da região. Foi amizade à primeira vista. Tanto que quando cheguei ele me pegou no aeroporto e o acompanhei durante todas as gravações”, lembra Ricardo, que chegou a participar do último capítulo da novela. “Tive momento de glória.”

“Depois que acabaram as gravações, em março de 1996, o trouxe para São Caetano, onde participou do campeonato de topetes na danceteria Columbia. Comigo ele sempre foi de uma gentileza incrível”, conclui. Na ocasião, Karam se mostrou agradecido. “É sinal de que meu trabalho, o personagem está colando. Ricardo participou da novela e acabamos ficando amigos”, disse.




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