Cultura & Lazer Titulo Imbróglio
Vera Cruz não sai do papel

Revitalização do espaço, que devia ter
começado em agosto, não tem nem previsão

Miriam Gimenes
05/07/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Uma festa com toda ‘pompa e circunstância’ feita no dia 5 de agosto de 2015 falava do passado glorioso do Complexo Vera Cruz, em São Bernardo, e prometia um futuro promissor. Na ocasião, tanto representantes da Telem S.A., empresa que ganhou a concessão do complexo por 30 anos, quanto da prefeitura, inclusive o prefeito Luiz Marinho (PT), comemoravam um projeto – assinado no fim de junho – que passou por diversas legislaturas e nunca saiu da promessa. E pelo que parece continuará assim.

Explica-se: na festa, o diretor comercial da empresa, Fernando Fontes, disse ao Diário que as obras começariam ainda naquele ano e que a primeira entrega a ser feita era a do Centro Cultural, com teatro e cinema, além de alguma estrutura dos estúdios. A reportagem esteve ontem no Pavilhão Vera Cruz e o local, hoje, está servindo apenas como estacionamento. No prédio, com todas as portas fechadas, não havia nenhum sinal de obras. A promessa, mais uma vez, não foi cumprida.

É que o projeto ainda está nas mãos do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), ligado à secretaria de Cultura do Governo do Estado, porque o prédio a ser revitalizado é tombado. “A UPPH (Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico) recebeu o projeto de intervenção nos Estúdios Vera Cruz e ele ainda está em fase de análise. Não houve qualquer decisão por parte do Condephaat, autorizando ou não, intervenções no imóvel”, disseram, por nota.

A Telem afirmou apenas, que o cronograma de obras está “em fase de adequação onde as premissas contratuais serão atendidas.” Conforme afirmam no site oficial deles, têm cinco anos a contar da assinatura – agora quatro – para implementar de vez o projeto.

CAV
O problema não se restringe às obras do complexo. Desde o ano passado, o CAV (Centro de Audiovisual de São Bernardo), que deveria funcionar dentro do complexo, tem problemas com pagamento dos salários dos funcionários que teriam de ser feitos pela Telem. Os professores entraram em greve no dia 25 de maio e, consecutivamente, os 225 alunos estão sem aulas. Os honorários estão em atraso desde abril.

A Telem responsabiliza o atual cenário econômico e a crise para o atraso dos pagamentos. “Porém, desejamos reverter este quadro o mais breve possível, chegando a total normalização.”
Procurada, a Prefeitura de São Bernardo não havia se pronunciado até o fechamento desta edição.




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