A remela (ou ramela, ambas as versões da palavra estão corretas) não serve para nenhum tipo de proteção. Ela é apenas o resto de lágrima que já ajudou a proteger o olho anteriormente, mas que secou e se juntou com sujeiras. É muito importante que limpemos esse tipo de resíduo, uma vez que, quando fica parado muito tempo, pode dar coceira e causar irritação.

Trata-se de secreção dos olhos que se forma durante o sono ou quando há algum tipo de inflamação nessa região do rosto. É composta por uma espécie de gelatina de nome estranho (Mucopolissacarídeos) presente na água da lágrima, líquido de extrema importância para manter os olhos sempre úmidos e lubrificados.

Ela acaba por ser a parte mais gordurosa da lágrima e tem a função de proteger os olhos de poeira e resíduos. A substância aparece no processo de secamento do ‘choro’, já que essa gelatina se junta a pequenas sujeiras que ficam nos olhos, dando origem à ‘melequinha’ amarelada.

A lágrima é formada em uma pequena glândula, pequeno saquinho que parece uma amora, todo cheio de bolinhas. Esse órgão funciona o dia inteiro, trabalhando menos à noite e muito quando choramos. Além de servir para proteger os olhos, o líquido ajuda as pessoas a enxergarem melhor, pois deixa a superfície do globo ocular lisa.

Toda vez que o olho fica doente, machucado ou inflamado, o organismo tenta se defender e a lágrima é a primeira a entrar em ação. Um exemplo de complicação é a conjuntivite, doença causada por agentes tóxicos. O olho em questão fica doente e precisa ser limpo, com as glândulas produzindo mais lágrimas para expelir as bactérias que causam a irritação. Quando essa lágrima seca, há a remela – nesse caso, existe muita quantidade de sujeira por causa da reação do corpo.

Pergunta de Letícia dos Santos, 10 anos, de São Bernardo, conta que, todo dia ao levantar e lavar o rosto, fica pensando como essa ‘sujeira’ apareceu. “Ela é como a cera do ouvido? Serve para proteger o olho de alguma coisa?”, pergunta a menina.

Consultoria do médico Fabio Pimenta de Moraes, especialista em Oftalmopediatria da Cerpo Oftalmologia, de Santo André, e José Velasco Martinelli, especialista em Oftalmologia da Clínica Laser Ocular ABC, de Santo André.