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Cresce a procura por penhor na Caixa Econômica
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
01/12/2001 | 16:25
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A Caixa Econômica Federal concede R$ 1,1 milhão em empréstimos todos os meses nas três agências da região que trocam dinheiro pelo penhor de jóias. A gerente de mercado da unidade de negócios do Grande ABC, Maria Aparecida Pereira Cardoso, disse que nos últimos 12 meses foram fechados, em média, 2,2 mil contratos de R$ 500 por mês – 1,1 mil em Santo André, 600 em Diadema e 500 em São Bernardo. “Não houve grandes oscilações, mas percebemos a fidelização dos clientes que utilizam esse tipo de recurso. A maioria pega o empréstimo, paga e volta depois de algum tempo.”

A assessoria da Caixa informou que a carteira nacional de empréstimos sob penhor chegou a outubro com saldo de R$ 421 milhões, 27,7% mais do que o acumulado até dezembro do ano passado, de R$ 330,3 milhões. O número de contratos cresceu 16,37%, de 1,16 milhão para 1,35 milhão. A instituição atribui o aumento do volume de empréstimo sob penhor à ampliação da rede de agências que oferecem o serviço. Os valores também subiram por causa da valorização do ouro.

Maria Aparecida garante que um outro motivo para a consolidação deste tipo de crédito que existe há 146 anos, desde a fundação da Caixa, é a facilidade de obtenção do dinheiro. “O empréstimo não passa por burocracia, pesquisa cadastral ou verificação da renda mensal”. De acordo com ela, o consumidor interessado em penhorar seus bens pessoais precisa apenas levar os objetos e documentos para obtenção do crédito na hora, para pagamento depois de 28, 56 ou 84 dias, a juros médios de 2% ao mês, muito menores do que os do crédito direto ao consumidor, do cheque especial e do cartão de crédito.

Avaliação – A Caixa aceita como garantia objetos em ouro, platina, paládio, prata pura e pedras preciosas. A avaliação dos objetos depende do grau de pureza dos metais ou quilate das pedras e obedece a cotações abaixo das estipuladas no mercado. A instituição paga R$ 18 pelo grama de ouro, enquanto o menor valor de mercado do metal está cotado em R$ 21,50. Há dez anos na Caixa, Maria Aparecida disse que a avaliação das jóias requer muito tato. “Muitas vezes o valor econômico da jóia não é compatível com o valor sentimental que representa para o dono.”

Maria Aparecida disse que o tomador do empréstimo tem direito a levar para casa até 80% do valor dos objetos que apresentou para penhora, mas pode também fazer retiradas menores do que este limite. Além dos juros prefixados conforme o cenário econômico, o cliente tem de pagar uma taxa de seguro pelo objeto deixado como garantia, para que tenha direito a receber 150% do valor do mesmo objeto caso haja furto, extravio ou roubo nas dependências da Caixa. Também faz parte do pacote uma taxa de seguro de vida e uma tarifa de seguro de crédito, além de imposto sobre operações financeiras.

A Caixa é a única instituição que concede empréstimos sob penhor para pessoas físicas. Maria Aparecida afirma que os 20% do valor dos objetos que ficam retidos no banco após os empréstimos não são suficientes para cobrir os custos da operação, e os juros incidentes sobre os empréstimos não animam outros bancos.




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