Nacional Titulo
Incêndio em SP assusta e relembra Edifício Joelma
Por
03/02/2006 | 23:40
Compartilhar notícia


A fumaça negra trouxe uma amarga lembrança para quem trabalhava ou simplesmente passava, nesta sexta-feira, pela rua Santo Antônio, no Centro de São Paulo. Trinta e dois anos depois da maior tragédia a que a cidade já assistiu, o incêndio do Edifício Joelma, no qual morreram 188 pessoas, o fogo voltou a assombrar moradores e funcionários de escritórios.

O incêndio aconteceu no quinto piso de um edifício-garagem localizado no prédio vizinho, de número 234, e destruiu três carros: um Renault, um Fusca e um Gol. Ninguém ficou ferido.

O fogo começou depois que o motorista do Renault deu a partida no carro. Aos bombeiros, disse que notou "algo estranho" e logo o motor se incendiou. Assustado, ele procurou um extintor e chamou o zelador. Mas, ao voltar, as chamas já tinham se alastrado pela garagem apertada.

O incêndio começou por volta de 16h e só foi controlado pelos bombeiros uma hora depois. Ao ver a quantidade de fumaça negra, o zelador do edifício 234, Edgard de Brito Ferreira, e seus faxineiros correram para alertar os moradores.

Ao lado, no antigo Joelma, hoje Condomínio Edifício Praça das Bandeiras, o susto não foi menor: em pleno horário comercial, funcionários de dezenas de escritórios correram para a rua, à procura de informações. "Eu sabia que o incêndio era aqui do lado, mas não deu para arriscar. Já me disseram que esse prédio é mal-assombrado, afirmou, irônico, o motoboy Annelson Silva de Souza.

Risco – A hipótese de um incêndio igual ou tão mortífero quanto o do Joelma, de 1974, não foi afastada pelos bombeiros. "O grande risco era a propagação de fumaça. Isso nos preocupava bastante. Mas o incêndio de hoje (esta sexta) poderia, sim, provocar uma tragédia nos mesmos moldes do Joelma", admitiu o major do Corpo de Bombeiros Francisco Tenório de Albuquerque Neto. Quinze homens de três batalhões trabalharam para conter o fogo na rua Santo Antônio, ontem.

Colecionador – No quinto piso da garagem escura, ainda tomada pela fumaça negra, o auxiliar de escritório Daniel Valério Torres participava ativamente – de bermuda, camiseta e mochila nas costas – do rescaldo dos veículos. Torres é o proprietário do Fusca ano 1972 queimado no acidente.

"Nunca imaginei que isso fosse acontecer. Eu trabalho aqui perto e fui avisado pelo meu primo que a garagem estava pegando fogo. Até estranhei, porque aqui só existem carros", disse Torres.

Pela vaga alugada mensalmente, Torres paga R$ 83. "Esse era um Fusca de colecionador. Eu venho de Diadema de bicicleta para não andar com o carro. Quero saber quem vai pagar o meu prejuízo." O valor do carro é R$ 10 mil e Torres não tinha seguro.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;