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Goldman se prepara para substituir Serra
Fábio Zambeli
Da APJ
17/01/2010 | 07:23
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Número um na linha de sucessão do governador tucano José Serra, Alberto Goldman (PSDB) se prepara para assumir o Palácio dos Bandeirantes em abril, mês em que o titular do cargo deverá se desincompatibilizar para entrar na corrida pela Presidência da República.

O vice-governador trata com discrição da transição e desconversa quando o assunto é a expectativa de tomar a frente do Executivo paulista. "Se estou preparado? Desde que fui eleito vice-governador, devo estar preparado", diz.

O tucano garante que o calendário eleitoral não é parte da rotina no governo Serra. "Por enquanto, é o mesmo calendário desde janeiro de 2007. Eleito vice-governador e substituindo várias vezes o governador em viagens que ele faz, em ausências dele. O que vai acontecer daqui em diante, só Deus sabe."

Fiel escudeiro de Serra, Goldman afirma que o futuro político do governador não é um assunto tratado internamente no Palácio. "Aqui é só o trabalho administrativo do dia a dia. Em algum momento, talvez, seja necessário falar. Se o governador tomar alguma decisão, certamente vai falar sobre isso."

A sucessão-tampão de Serra, que durará cerca de oito meses, vem sendo estrategicamente planejada pelo PSDB, que enfrentou séria crise em 2006, quando o então governador Geraldo Alckmin deixou a função para disputar o Planalto, dando lugar ao seu vice, Cláudio Lembo (DEM).

Dono de estilo irreverente e sem papas na língua, Lembo colocou em xeque a gestão tucana no Estado por diversas vezes e chegou a comparar o ‘vigor' econômico da máquina pública estadual ao de um carro velho e lento. "Pensei que iria assumir uma Ferrari, mas herdei um fusquinha velho", chegou a dizer o democrata, em tom de desabafo.

A tresloucada experiência daquele ano disparou um sinal de alerta na cúpula tucana, que aposta as fichas no perfil discreto de Goldman e na sua fidelidade canina a Serra.
Fidelidade, esta, que foi possível ser vista na mais recente passagem de Goldman pelo Grande ABC, em dezembro, para inauguração de uma UPA (Unidade de Pronto Antendimento) em São Bernardo. Na ocasião, em uma prévia do que será a polarização entre PT e PSDB na campanha presidencial deste ano, o vice-governador defendeu a gestão tucana do amigo José Serra, para amenizar o ‘palanque' montado pelo PT , no qual o presidente Lula disse que seu governo não fazia "distinção de que partido é o prefeito e o governador. Você não pode deixar de dar comida para um porco porque você não gosta do dono do porco."

Goldman, que falou depois de alguns representantes da Prefeitura e do governo federal - que exaltaram qualidades da UPA - fez questão de enfatizar o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), criado por Serra quando prefeito de São Paulo, em 2005. "Fizemos esse conceito de unidade hospitalar, semelhante à inaugurada hoje em São Bernardo. Foram 115 entregues na cidade de São Paulo. É um ambulatório para quase 100 mil habitantes", enfatizou o tucano.

Goldman ainda salientou que as diferentes esferas de governo têm de trabalhar juntas, sem levar em consideração coloração e ideologia partidária. "Todo cidadão é igual e tem de ser tratado da mesma forma." (Com Redação)




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