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Arte sublimada de Lygia Clark volta a S.Paulo
Ricardo Ditchun
Da Redaçao 
29/05/1999 | 17:47
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A arte da brasileira que reinventou o corpo e que ultrapassou os limites da estética volta a encantar o público paulista a partir da próxima quarta-feira (na terça, apenas para convidados) em exposiçao no MAM-SP (Museu de Arte Moderna de Sao Paulo). Até 1º de agosto, o museu exibe 60 obras de Lygia Clark (1920-1988), entre pinturas, esculturas, objetos manipuláveis, experiências interativas e instalaçoes. O conjunto representa várias fases do trabalho de Lygia e inclui a inédita instalaçao Interior (1955), montada a partir de uma maquete feita pela própria artista.  

Com curadoria de Paulo Herkenhoff, o mesmo que concebeu a perspectiva antropofágica da 24ª Bienal de Sao Paulo e que acaba de acertar sua participaçao na equipe de curadores do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova York), a mostra foi planejada para aparecer como panorama da produçao de Lygia. Essa abrangência, entre outras coisas, permite uma organizaçao didática do acervo. E foi isso que Herkenhoff fez. Para oferecer a oportunidade de compreender melhor os planos da artista em relaçao aos trabalhos tridimensionais, o visitante poderá manusear alguns deles.  

A obra de Lygia ocupará os principais espaços do MAM. A trajetória começa na Grande Sala, espaço escolhido para abrigar Interior. Depois, uma sala para pinturas, todas apresentadas em ordem cronológica. A próxima parada é o ambiente que exibirá a série Bichos, de 1969, formada por estruturas móveis de placas de metal unidas por dobradiças. Depois disso, a sala participativa, dentro da qual o visitante será convidado a manipular vários objetos. Por fim, uma sala que reconstitui o consultório - ela desenvolveu um trabalho terapêutico ligado à psicanálise e à expressao corporal - de Lygia, também equipado com algumas peças, os objetos relacionais, criados especialmente para atender seus pacientes.  

A importância de Lygia Clark para a história da arte ainda é um trabalho em andamento. Arduo, aliás. No entanto, pode-se dizer que ela redefiniu consagradas relaçoes entre o objeto artístico, o público que frui de seus efeitos estéticos e o artista. Análises mais apressadas podem chamar isso de performance art ou de body art. Mas é mais. A partir de suas criaçoes, Lygia fazia um sincero convite para que o observador experimentasse a ele próprio.  

Como conteúdo, a mostra do MAM contempla as fases marcantes na carreira de Lygia: Linha orgânica e Quebra da moldura, Superfície modulada, Espaços modulados e Unidades, Contra-relevos, Casulos, Bichos, Trepantes, Caminhando, Objetos sensoriais e Objetos relacionais. Lygia Clark - Abertura, para convidados, na terça-feira, às 19h. No MAM-SP - Parque do Ibirapuera, portao 3, Sao Paulo. Tel.: 549-9688. De terça a sexta-feira, das 12h às 18h (quinta até as 22h); sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h. Ingr.: R$ 5 e R$ 2,50 (estudantes); entrada franca às terças-feiras e para menores de 10 anos e maiores de 65. Até 1º de agosto.




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