O governo iraquiano condenou as novas fotos das torturas às quais foram submetidos prisioneiros de Abu Ghraib, consideradas intoleráveis pelos habitantes de Bagdá, mas que não foram publicadas pela imprensa do Iraque nesta quinta-feira.

Além disso, o Ministério do Interior ordenou uma investigação com base em informações relacionadas à existência de um esquadrão da morte na polícia contra membros da comunidade sunita do Iraque.

Em um comunicado, o governo iraquiano condenou "energicamente as torturas contra prisioneiros iraquianos", e pediu que elas não se repitam. No entanto, destacou "a firme condenação do Departamento de Estado e das autoridades americanas".

Moradores da capital manifestaram indignação após a divulgação de novas imagens das torturas na prisão de Abu Ghraib, administrada pelos americanos perto de Bagdá, exibidas por canais de TV árabes via satélite.

Em 2004, quando explodiu o escândalo dos maus-tratos em Abu Ghraib, os jornais iraquianos publicaram longos artigos a respeito. Mas dessa vez decidiram não mostrar as fotos. "Não quisemos alimentar a cólera e a violência. Todo mundo sabe que as forças americanas reconheceram um certo número de violações dos direitos humanos. Isso não é novo", disse Naji Hassan, chefe do jornal Al-Sabah Al-Jadid.

O líder político sunita Adnan Al-Dulaimi disse ter ficado comovido ao ver as imagens, "dolorosas para todo iraquiano. Os direitos humanos devem ser respeitados na prisão, inclusive quando se trata de criminosos."

Segundo um representante do líder radical xiita Moqtada al-Sadr, Fadel Al-Charaa, isso tornará a situação das tropas americanas no Iraque ainda mais insuportável. "Isso mostra que o ocupante não entende a verdadeira natureza dos iraquianos, que se negam a ser ofendidos", afirmou.

As novas imagens mostram, entre outras coisas, um prisioneiro com a garganta cortada, outro com grandes ferimentos na cabeça, e um coberto de excrementos.