O duelo é válido pela Série A-2, mas com pompa e tradição da elite do Campeonato Paulista. Hoje, às 19h30, Santo André e Noroeste se enfrentam no Estádio Alfredo de Castilho, em Bauru, e colocam frente a frente dois times que estão mais acostumados a estar entre os grandes do que nas divisões inferiores.

E o equilíbrio deve imperar, afinal as duas equipes somam 11 pontos no torneio e, portanto, são concorrentes diretas na briga por vaga no G-8.

"Este é duelo de Primeira Divisão, de duas equipes que estão acostumadas com a elite e, independentemente de falarem que a técnica da Série A-2 não é igual, será pegado e bom jogo", afirmou o lateral-direito Jackson, que será mantido na equipe titular após o gol marcado contra o Atlético Sorocaba. O ex-dono na posição, Marcelo, segue escalado como volante.

Aliás, o técnico Rotta levará a campo a sétima escalação diferente. Depois dos problemas na armação no duelo contra o Sorocaba, considerada fundamental para o revés por 2 a 1 - o primeiro no torneio -, contará com o retorno de Willian César para fazer a função, assistenciado pelas subidas do volante Juninho, liberado pelo departamento médico e que substitui Butti (voltou a sentir lesão).

Aliás, o retorno de Juninho ao time rendeu elogios dos próprios companheiros. "Ele reúne grandes qualidades, é identificado com o clube e nos ajuda muito pelo nível de postura e personalidade. Sem dúvida, agrega valor ao time", destacou o zagueiro e capitão Júnior Paulista, que também exaltou a volta de Willian César.

"O time fica com toque refinado e segura mais a bola. Com a presença dos dois (Willian e Juninho) preenche mais o meio campo e melhora a transição defesa e ataque", emendou.

O defensor também remeteu à grandeza do jogo, que reúne duas das principais forças de equipes fora da Capital. "São tradicionais. A história e a camisa dão algo a mais para o jogo, que deve ser de bom nível", afirmou Júnior Paulista.

O Noroeste busca a segunda vitória seguida na Série A-2 e, para isso, o técnico Amauri Knevitz (ex-São Caetano) não tem desfalques.

Ramalhão espera recuperar pontos perdidos

Fazer do Alfredo de Castilho arma favorável é a intenção direta do Santo André hoje. Segundo o técnico Rotta, os próprios jogadores atuam melhor fora do que dentro de casa. Até porque, por enquanto, ainda não conseguiu jogar propriamente dentro dos domínios, no Bruno Daniel, por questões extracampo - e a partida contra o Red Bull também não será na praça andreense (leia na página 2).

"Temos de buscar os pontos perdidos fora (para o Atlético Sorocaba) em casa. Até agora, jogamos melhor fora do que dentro", atestou Rotta após o treino de ontem. O zagueiro e capitão Júnior Paulista tem opinião semelhante, mas mais enfática. "O Santo André jogando fora ou dentro de casa tem de ter postura firme e segura, porém buscar o resultado positivo", emendou.

O revés diante do Atlético Sorocaba, segundo o treinador, já está assimilada. "Não é uma derrota que vai abalar o clube. Esperamos bom jogo por bom resultado, com paciência, sem se precipitar e trabalhar, porque hoje perde, mas amanhã ganha."

E por falar em ganhar, o lateral-direito Jackson marcou o primeiro gol com a camisa andreense no jogo passado, em bela cobrança de falta, mas o time perdeu. Hoje, no entanto, confia que o resultado seja outro. "Espero que se mais gols saírem, que venham acompanhados da vitória, porque se não marcar mas o time seguir vencendo, é melhor", afirmou o jogador andreense.

Dupla são-paulina chega com intuito de repetir sucesso no Ramalhão

Em história recente, jogador do São Paulo que chega emprestado ao Santo André faz sucesso. Foi assim com Hernanes e Rafinha, que ajudaram o Ramalhão a desempenhar boas campanhas nos anos 2000. Agora, a fórmula tenta ser repetida com o meia Sérgio Mota e o lateral-direito Lucas Mendes, apresentados ontem como reforços até o fim da A-2.

"O Hernanes é espelho para mim. Tive oportunidade de jogar com ele, é o jogador mais diferenciado que vi, não só como atleta, mas na humildade. Repetir o que ele fez por aqui vai depender de mim. A vontade é de fazer igual ou melhor", destacou o meia Sérgio Mota, 22 anos.

Na visão de Lucas Mendes, 19, esta é boa chance de mostrar serviço e auxiliar o clube. "Espero pegar muita experiência na Série A-2, que é campeonato difícil. A ideia é fazer bom campeonato, subir e ser campeão. Estou honrado em estar aqui", disse.

O presidente Ronan Maria Pinto também participou da apresentação e não poupou elogios aos contratados. "O Santo André, nesta proposta de subir na competição, entendendo a necessidade de recompor o grupo por conta de contusões, conversou com o São Paulo e o (Emerson) Leão sugeriu os nomes do Sérgio Mota e do Lucas Mendes, que chegam para ajudar, com certeza."

Polícia Militar libera Brunão, mas jogo será em São Caetano

A demora na conclusão da construção dos muros no Estádio Bruno Daniel, que foi encerrada na segunda-feira e consequentemente atrasou a vistoria da Polícia Militar (realizada ontem pela manhã), culminou em mais uma transferência de jogo do Santo André no Paulista da Série A-2.

E não será partida qualquer, mas contra o até agora bicho-papão d competição, Red Bull, com seis vitórias em seis partidas. Assim, o confronto do dia 22 será realizado às 15h, no Anacleto Campanella, em São Caetano.

A Prefeitura - que outra vez não se manifestou, apesar da insistência da equipe do Diário - não retirou o veto, agora o único impedimento para utilização da praça andreense.

A partir do momento que este for eliminado, o Ramalhão volta para casa, o que deve acontecer até sexta-feira, portanto em tempo hábil para confirmação do duelo do dia 25, contra o São Carlos, em Santo André.

Na vistoria realizada ontem pela Polícia Militar, o tenente Fábio Marotti liberou o Bruno Daniel, mas com três empecilhos, referentes ao entulho restante da construção dos muros, ao pavimento no acesso ao vestiário visitante e às placas de identificação a deficientes físicos.

"Pela polícia, o estádio está liberado com as ressalvas. Após 30 dias, voltaremos para ver se os problemas estão resolvidos", disse o tenente Marotti, que ainda explicou o motivo. "Existe muito material de arremesso (pedras, blocos e outros). O torcedor não tem acesso àquela área, mas como houve evasão no ano passado, poderia haver de novo", concluiu.