O número de fusões e aquisições envolvendo companhias brasileiras registrou o melhor primeiro trimestre da história em 2010, segundo pesquisa da KPMG. Foram 160 transações de janeiro a março, número 16% acima do registrado no trimestre anterior, e 58% maior na comparação com o mesmo período de 2009. As empresas brasileiras lideraram 75% das operações, sendo que a maioria dos negócios ocorreu entre companhias nacionais (88 operações), brasileiras comprando de estrangeiros no Exterior (16 negócios) e empresas nacionais adquirindo estrangeiros no Brasil (16 operações).

Segundo o sócio de corporate finance da KPMG no Brasil, Luís Motta, a retomada do movimento de fusões e aquisições começou a partir do segundo semestre e a expectativa é que os próximos meses apresentem ritmo semelhante no volume de operações. Mesmo assim, ainda é cedo para afirmar que 2010 poderá bater o recorde anual de 2007, quando foram registradas 699 operações. "Os dados de janeiro a março carregam uma demanda represada da crise e para ultrapassar as 699 transações de 2007 precisaríamos de crescimento trimestral em bases sustentáveis de pelo menos 6% sobre estas 160 transações."

A pesquisa mostrou a volta do processo de internacionalização das companhias nacionais, que estava estagnado desde o quarto trimestre de 2008. "Foram 16 transações com este perfil agora em 2010, o mesmo patamar do período pré-crise", afirmou. As operações realizadas por estrangeiros permanecem em volume similar ao fim de 2008 e 2009. Dentre os setores com maior atividade de aquisição estão tecnologia da informação, com 20 transações, açúcar e álcool, com 12 negócios, alimentos, bebidas e fumo, com 11 transações e o setor de óleo e gás, também com 11 operações. De acordo com Motta, as instituições financeiras e o setor de infraestrutura também devem se destacar ao longo deste ano.