Uma das conseqüências da demissao de Lopes é que Malan foi novamente prestigiado. ACM disse ter entendido, ao ouvir a entrevista de Malan, que o ministro colocou o cargo à disposiçao de Fernando Henrique, o que significa que havia uma divergência e o presidente teve que escolher entre um dos dois. Magalhaes disse ser óbvio que, quando as pessoas pensam de forma diferente a convivência fica difícil. Ele disse que considera Armínio Fraga extremamente competente. Para ele, poucas pessoas têm sua prática operacional, sobretudo na área internacional e isso o credencia para o Banco Central.
Mas Magalhaes disse também que nao quer fazer qualquer crítica a Francisco Lopes, que, no Senado, fez uma boa exposiçao e por isso teve apenas dois votos contra sua nomeaçao. Questionado por suas recentes críticas a especuladores, ACM respondeu que, na aparência, pode causar dúvida a nomeaçao para o BC de um economista ligado a um megainvestidor como George Soros. "Mas, na realidade, vai trazer benefícios, porque ele mais do que ninguém conhece a açao dos especuladores e poderá pôr fim à açao desses criminosos", disse. "Com Armínio Fraga, a guerra aos especuladores nao vai parar mais", disse. Ele acha que o nome de Fraga será aprovado no Senado. Segundo Magalhaes, essa substituiçao nao era uma coisa esperada, mas foi comunicada com antecedência.
Para ACM, nao deve haver nervosismo no mercado financeiro por conta da mudança no comando do BC. Mas, se houver alguma turbulência, a acomodaçao será mais rápida do que se pensa. ACM diz que a apreciaçao do nome de Fraga pelo Senado deve ocorrer somente no final do mês.
O presidente do Senado disse que há muito tempo a atuaçao do Banco Central, principalmente em relaçao à fiscalizaçao estava deixando a desejar. Ele afirmou que a expectativa agora é que isso mude. "Estava na hora do Banco Central mudar a orientaçao até para evitar uma CPI", afirmou. ACM disse ainda que o ministro Malan e o presidente FHC têm procurado se comunicar com a sociedade, mas que eles precisam falar mais ainda. "E mais do que falar, é preciso agir contra os especuladores", afirmou. O presidente do Senado disse que o Congresso de um modo geral, a nao ser excepcionalmente, nao deseja aumento de impostos. Ele fez essa afirmaçao respondendo a uma pergunta sobre possíveis novas medidas econômicas para ajustar as metas com o FMI.
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